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Preferências alimentares: gostos para tudo

Luz Divina

GF Ouro
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Preferências alimentares: gostos para tudo




Como levar os seus filhos a experimentarem novos alimentos




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A mesa do jantar pode ser um campo de batalha para os pais. Mesmo que explique aos seus filhos os benefícios a longo prazo de uma dieta saudável, parece que as papilas gustativas, a pressão dos amigos ou colegas ou, simplesmente, a preferência pessoal acabarão por vencer.

Imagine o cenário: «Legumes crus e molhos ou batatas fritas de pacote e ketchup, malta?» A maior parte das crianças come menos de duas doses de fruta e legumes por dia; no entanto, as agências alimentares dizem-nos que deveríamos todos comer cinco.

Felizmente, é possível influenciar as preferências alimentares dos seus filhos — antes de eles nascerem. Quando forem mais crescidos, basta usar de um pouco de psicologia.

Uma questão de gosto

Juntamente com a vista, os sentidos do gosto e do olfacto são os guardiães do nosso aparelho digestivo.

Podem salvar-nos a vida; por exemplo, as coisas de sabor doce constituem normalmente fontes de energia inofensivas, enquanto as de travo amargo podem ser venenosas.

Infelizmente, muitos legumes estimulam os nossos sensores de amargor, e é principalmente por esse motivo que as crianças não gostam de os comer.


À nascença, a maior parte de nós possui em média 10 000 papilas gustativas, e aos oitenta anos restam apenas perto de 2000. No entanto, cerca de um terço de nós possui «o paladar apurado» — nasce com qualquer coisa como o triplo das papilas gustativas das outras pessoas.

As pessoas com o paladar apurado revelam uma maior apetência para sabores fortes ou desconhecidos. Porém, uma boa notícia é que até as crianças com o paladar apurado podem vencer os preconceitos dos seus organismos em relação a certos alimentos.


Muitos factores podem moldar as preferências de gosto das crianças. Mais importante talvez, elas são influenciadas pelo que as suas famílias comem e os sabores a que são expostas logo desde muito cedo.

Pode ser por este motivo que as pessoas que crescem numa família asiática, por exemplo, muito provavelmente desenvolvem o gosto por alimentos condimentados. Os pais podem aproveitar esta habituação, desde muito cedo, dos palatos dos filhos para lhes apresentarem uma variedade de alimentos enquanto são jovens, encorajando-os a experimentarem coisas novas.


De igual modo, quando forem para a escola, começarão a conviver com crianças que gostam de alimentos muito diferentes — outra oportunidade para alargarem a sua consciência do gosto. Mas o treino das papilas gustativas começa realmente no ventre materno...


0 gosto por antecipação

É um choque abandonar o ventre seguro, quente e circunscrito e sair para o mundo assustador, frio e vasto.

A investigação veio provar que as memórias do ventre materno podem ser importantes para consolar os bebés.

Talvez o melhor exemplo de tal seja um estudo realizado em 1987 por Peter Hepper, na Queen's University em Belfast. Hepper descobriu que alguns bebés se acalmavam sempre que ouviam o tema musical da telenovela Vizinhos.

Os únicos bebés que reagiam assim eram aqueles cujas mães tinham assistido regularmente ao programa durante a gravidez. De igual modo, os bebés sentem determinados odores e gostos enquanto vão crescendo no ventre, o que pode ser também reconfortante no mundo exterior.


Mergulhado no seu banho de líquido aminiótico, um feto em desenvolvimento entra em contacto com as substâncias químicas que se induzem no líquido através do corpo da mãe.

As suas sensações de gosto e olfacto, apesar de não inteiramente desenvolvidas, conseguem detectar algumas das substâncias químicas. Mais ou menos a partir das doze semanas de gravidez, um feto até engole o líquido amniótico.

E diversas experiências aí só confirmaram que os sabores dos alimentos se espalham no líquido, como sugeriram também esses sabores podem influenciar as escolhas alimentares do bebé em anos futuros.



Qual é a mensagem a transmitir aos pais que se preocupam com as dietas dos seus filhos?

Comendo legumes e outros alimentos saudáveis durante a gravidez, as futuras mamãs podem proporcionar uma vantagem inicial aos bebés nascituros, desenvolvendo bons hábitos alimentares. E, amamentando, podem dar continuidade a esse processo.

A minha filha detesta peixe. Aos dois anos até cuspia os «douradinhos». Às vezes pergunto-me: se tivesse comido mais peixe quando estava grávida, ela teria desenvolvido o gosto por este maravilhoso alimento saudável?


Novos hábitos

Se os seus filhos já não são bebés, mas adoram comida de plástico e abominam os brócolos, não se preocupe: nem tudo está perdido.

É sempre possível levá-los a experimentar novos alimentos saudáveis sem ter de os obrigar a comê-los, ou sequer levantar a voz. É tudo uma questão de psicologia. Muitas crianças são «neofóbicas» — têm receio das coisas novas. Quando se trata de alimentos, isto pode constituir um problema sério.


Quase todas as crianças desenvolvem algumas tendências neofóbicas. Combatê-las não será a ideia mais inteligente. Todos sabemos que se dissermos às crianças para fazerem uma coisa, provavelmente elas farão exactamente o contrário.

Quanto mais insistir que é bom para elas, ou que têm de o comer, menor a probabilidade de elas obedecerem. Necessita de recorrer a abordagens mais subtis... afinal, é para o bem delas. A aceitação dos novos alimentos pelas crianças aumentará se virem as pessoas à sua volta saborearem-nos.


Como pai ou mãe, pode revelar-se um modelo dietético importante. Por outras palavras, elas têm de o/a ver deliciado a comer alimentos saudáveis. Mas o efeito é mais forte se virem pessoas da idade delas. Todos sabemos como é fácil as crianças copiarem os maus hábitos dos amigos da mesma idade.

Mas podemos inverter a situação. Os modelos positivos também funcionam, e não são apenas os filhos dos outros, também os próprios irmãos e irmãs. Alguns investigadores conseguiram alterar deste modo os alimentos de que as crianças gostam.


Outra estratégia comprovada é introduzir os novos alimentos saudáveis aos poucos. Diga-mos, as duas primeiras vezes que servir brócolos a uma criança, ela pode ser simplesmente encorajada a cheirá-los e brincar com eles.

Quando as crianças não estão sujeitas a pressão, é provável que fiquem curiosas quanto ao eventual sabor dos brócolos (especialmente quando o/a vêem a comê-los com satisfação).

A investigação demonstrou que podem ser necessários uns oito ou mais contactos antes de uma criança aceitar um alimento como os brócolos. Apresente o alimento em pequenas quantidades, talvez com alguns dias de intervalo. É difícil, mas acabará por valer a pena.


Levar as crianças a experimentarem novos alimentos

Alguns conselhos úteis

Use recompensas que não sejam alimentos. Oferecer pudim como recompensa por comerem os vegetais reforça a ideia de que os legumes são desagradáveis e algo a ser suportado e não desfrutado. Experimente oferecer recompensas que não sejam alimentos quando eles comem ou se portam bem.

As tabelas de estrelas e os autocolantes podem motivar as crianças. Coleccionar um número previamente acordado de estrelas pode dar origem a uma recompensa como um brinquedo, uma ida ao parque preferido ou ao cinema.


Continue a apresentar novos alimentos, É bastante comum uma criança ficar desconfiada com um novo alimento. A rejeição é quase automática.

Os pais acabam muitas vezes por desistir ao cabo de duas rejeições. A lista de alimentos «detestados» quase não experimentados vai-se tornando cada vez mais longa enquanto a lista de alimentos aceites fica reduzida a um pesadelo nutricional.


Os estudos demonstram também que as crianças são influenciadas pelo exemplo dos pais, educadores e colegas a comer os mesmos alimentos com gosto. Por isso, prepare o seu prato do jantar e ataque os alimentos que também quer que o seu filho coma.

Mantenha a calma e continue a apresentar sucessivamente o mesmo alimento, «sem tensão». Se ele voltar a ser rejeitado, retire-o sem fazer qualquer comentário, deixe passar uma semana ou mais e volte a tentar.



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