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Lusa vai dar menos notícias
Até sexta-feira o Conselho de Administração (CA) da Lusa vai apresentar aos trabalhadores os «cenários possíveis para o futuro da agência».
Mas o presidente do CA, Afonso Camões, já admitiu que o corte de 30,9% nas transferências do Estado terá «efeitos danosos» no serviço da agência, traduzindo-se numa «redução do volume de produção noticiosa».Em comunicado, a Comissão de Trabalhadores (CT) da Lusa explica que na reunião que teve esta quarta-feira com Afonso Camões, o administrador mostrou-se «determinado a “minimizar os danos do lado das pessoas e salvaguardar os postos de trabalho”». Mas não avançou ainda de que forma pretende fazer face ao corte orçamental a que a agência será sujeita.
Na reunião, Camões terá mesmo lembrado que «as várias vias da inevitável redução da massa salarial estão contidas no Código do Trabalho».
Mas o presidente do Conselho de Administração não escondeu que os cortes terão como consequência inevitável uma «redução do volume de produção noticiosa».
Apesar disso, Afonso Camões disse à CT que não pretende «tirar bandeiras do mapa», numa alusão à rede nacional e internacional da agência.
Afonso Camões lembrou, no entanto, que a rede de correspondentes e delegações no país e no estrangeiro «está constantemente a ser ajustada às exigências, às necessidades editoriais e às balizas económico-financeiras», pelo que ficou no ar a possibilidade também aí haver alterações.
No mesmo comunicado, os trabalhadores da Lusa sublinham a importância de manter todos os postos de trabalho e reclamam do Governo tratamento igual ao que foi dado à RTP, que esta semana se soube que irá receber mais dois milhões de euros, através da redução para metade do valor pago às empresas distribuidoras de electricidade pela cobrança da taxa de audiovisual.
«A CT sublinha que a agência Lusa também presta um serviço público, incluindo na área do audiovisual, e que, por isso, também deveria beneficiar de parte desta taxa», lê-se no documento a que o SOL teve acesso.
Fonte: SOL
