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Crise leva antigos consumidores de heroína a regressar ao vício para aliviar a dor

florindo

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Crise leva antigos consumidores de heroína a regressar ao vício para aliviar a dor

O uso da heroína por via injectável está a agravar-se em Portugal, devido sobretudo às recaídas de pessoas mais velhas, que vêem o seu mundo ruir com a crise e regressam a antigos consumos para aliviar o sofrimento.Em entrevista à agência Lusa, o presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) revela que a crise está a levar a um aumento de «consumos para alívio do desprazer», como é o caso dos tranquilizantes, antidepressivos, álcool e heroína, que estão a regressar em força.
«Há sinais que não conseguimos ainda quantificar, são impressões do terreno, de que há um recrudescimento do uso de heroína por via injectável», afirmou João Goulão.
Em muitos casos são recaídas de pessoas que estiveram sem consumir durante bastante tempo e que hoje, «no quadro que vivemos, estão na primeira linha da fragilidade social, vêem ruir um mundo muito precário e têm grande dificuldade de lidar com a frustração».
«O que lhes aparece como escape para essas dificuldades é o regresso aos consumos de antigamente», sublinhou.
Por isso mesmo, o responsável salienta que são sobretudo pessoas mais velhas, e não os jovens, quem está a viver esta situação.
A situação socioeconómica do país traz ainda como agravante a dificuldade de apoiar estes toxicodependentes na sua integração social e laboral, apesar de o IDT ter estas respostas.
«Neste momento, com os níveis de desemprego que temos na sociedade portuguesa entre pessoas que não têm este handicap, é dificilmente defensável e dificilmente justificável a permanência destes programas de discriminação positiva para toxicodependentes», explicou.
Tais apoios podem levar a população em geral que se encontra desempregada a dizer «tenho que me meter na droga para arranjar emprego», exemplificou.
João Goulão recordou que a heroína foi o «inimigo público número um» em Portugal durante quase três décadas e que estava ligada a fenómenos de marginalidade e exclusão, para «diminuir o sofrimento e lidar com o desprazer».
No final dos anos 90 o panorama do uso de drogas começou a mudar, com uma preponderância para consumos ligados à diversão, com o intuito de potenciar o prazer.
Embora estas drogas sintéticas sejam «igualmente importantes» em termos de riscos e dependência, tiveram um impacto muito menor do que a heroína.

Fonte: Lusa/SOL
 
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