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Crise empurra várias gerações da mesma família para o Brasil

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Crise empurra várias gerações da mesma família para o Brasil

A crise económica que se vive hoje em Portugal está a empurrar emigrantes para o Brasil, que já viram familiares seus fazerem o mesmo nas décadas de 1970 e 1980 e pelo mesmo motivo.

"Não posso falar por todos, mas no meu caso, de certeza, ajudou o facto de o meu pai ter vindo morar para o Brasil na década de 1980, porque já havia uma estrutura montada, uma base", diz à Lusa o português Bernardo Gusmão.
Para este advogado, cujo irmão mais velho também vive fora de Portugal, o facto de o pai ter ido viver noutro país, permitiu-lhes viajar e "conhecer outros mundos" desde cedo, o que ajudou na tomada de decisão quando tiveram de emigrar.
"Começámos a viajar muito novos para um país como o Brasil, que é uma oportunidade que poucos portugueses têm, a conhecer outros mundos, ver que existem outras formas de vida, o que proporciona uma abertura mental muito grande. Nenhum de nós saiu no escuro'", observa.
Para Bernardo Gusmão, que chegou a viver no Brasil entre 1995 e 1997 para estudar e só em 2010 voltou definitivamente para trabalhar, há semelhanças nas duas histórias, uma vez que ambos deixaram Portugal por falta de oportunidades.
"A decisão do meu pai foi uma junção de dois fatores, porque ele casou-se com uma brasileira, mas saiu numa época em que Portugal também não estava numa boa situação, a decisão teve muito a ver com a falta de oportunidades, e agora a história está a repetir-se", completa o emigrante.
Para o advogado, que trabalha atualmente como consultor para assuntos de migração num escritório brasileiro, a maior dificuldade para os emigrantes portugueses é parte da legalização dos papéis, o que, acredita, era mais fácil na época do seu pai.
"Naquela altura as coisas eram mais simples. Atualmente, é muito mais complicado. Cheguei a ficar ilegal durante 230 dias, por opção, porque estava a acompanhar o meu pai no processo final da doença", lembra Bernardo Gusmão, que conseguiu o visto em setembro deste ano.
"Iniciei um processo de obtenção de visto como investidor, mas esse processo não deu em nada. Mais tarde, consegui o visto por relações familiares mesmo, através do meu pai", conta.
No caso do português Jorge Fausto Figueiredo, os familiares que deixaram Portugal saíram na década de 1970, no pós-25 de Abril, e optaram também pelo Rio de Janeiro, onde passaram quase 15 anos, antes de regressarem a Portugal.
"Quem veio foi a irmã do meu pai e o marido. Saíram no período pós-revolução, como muitas pessoas saíram de Portugal, e regressaram na década de 1990", conta o bisneto do fundador do casino Estoril, Fausto Figueiredo [1880-1950].
"A minha decisão foi mais pessoal. Saí a primeira vez em 2008, porque em Portugal as coisas já estavam um pouco difíceis, tentei abrir uma empresa de publicidade que acabou por não dar certo, depois tive um pequeno negócio com revenda de telemóveis, mas acabei por voltar", conta Jorge Figueiredo, que regressou pela segunda vez ao Brasil em meados de 2011, com o sonho de ser piloto.
"Como a minha paixão é a aviação, acabei por voltar quando soube que estavam a precisar muito de pilotos. Fiz toda a convalidação das minhas licenças, que tirei nos EUA, e agora estou à procura de uma oportunidade", conta.
A parte dos documentos, no seu caso, foi facilitada por um “acidente de percurso, que o levou a nascer no Brasil, onde permaneceu apenas durante os primeiros 15 dias de vida.
"Como os meus pais ainda não estavam livres dos seus primeiros casamentos, se eu nascesse em Portugal [durante o Governo de Salazar] seria filho bastardo, então o meu pai optou por eu nascer no Brasil", conta.
Os dois portugueses, no entanto, alertam para as dificuldades com a legalização e mesmo com a adaptação à cultura brasileira e aconselham os interessados a emigrarem para o Brasil a informarem-se melhor sobre as áreas em que realmente há boas oportunidades.

Fonte: Lusa / SOL
 
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