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Director da PJ de Aveiro confirma provas contra 'estripador'

florindo

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Director da PJ de Aveiro confirma provas contra 'estripador'

O director da Polícia Judiciária (PJ) de Aveiro, Teófilo Santiago, confirmou hoje, no julgamento do alegado 'estripador de Lisboa', que decorre em Aveiro, os indícios recolhidos e que apontam ser José Guedes o autor do homicídio de uma jovem de Cacia, em 2000.Segundo o investigador, que tem mais de 30 anos de carreira, «o processo só foi reaberto devido aos pormenores do crime descritos pelo senhor José Guedes, pois na Polícia Judiciária ninguém se recordava sequer daquele crime». «O único caso de que havia memória era o de uma rapariga de Mamodeiro», na freguesia de Nossa Senhora de Fátima, nos arredores de Aveiro, salientou.
«As características apontadas pelo arguido à senhora jornalista (Felícia Cabrita, do SOL) acertaram em tudo: nos pormenores da vítima, no local do crime e no método de estrangulamento com que tinha sido morta a jovem Filipa», recordou Teófilo Santiago.
«O arguido falou sempre na zona de Cacia, nunca em Estarreja», explicou ainda o director da PJ de Aveiro, confirmando no julgamento que a imagem da Portucel em Cacia (Aveiro) é em tudo idêntica à da Petrogal em Leça da Palmeira (Matosinhos), o que não sucede, de modo algum, com as fábricas de Estarreja apontadas pela advogada de defesa.
O dirigente da Judiciária elogiou a atitude de Felícia Cabrita, que «de início manifestou alguma reserva, mas depois de alguma reflexão decidiu denunciar tais crimes». Disse ainda não acreditar na possibilidade de o arguido ter conseguido enganar a repórter: «É uma jornalista experiente e foi séria e genuína. Os receios da mensagem de (José Guedes) cometer um novo crime eram sérios».
Quanto às facas e à tesoura encontradas em casa do arguido, Teófilo Santiago disse que «era compatível com o pouco que sabíamos (as facas e a tesoura, dissimuladas na sala)», lamentando que «a família do senhor Guedes tenha recusado colaborar», ao negar a recolha de ADN para a comparação com os vestígios femininos encontrados nesses instrumentos.
Teófilo Santiago, lamentou ainda «o ruído que se fez à volta deste caso, que só prejudicou a investigação»: «Tentaram isolar a investigação e isso prejudicou manifestamente o nosso trabalho. Tentei evitar isso através de uma declaração pública, mas mesmo assim tornou a investigação mais difícil», recordou, explicando ainda: «Tivemos de avançar mais cedo com a detenção do senhor José Guedes quando soubemos que havia a possibilidade de ele cometer um novo homicídio».

Crimes de Lisboa poderiam ter sido cometidos por Guedes

O Tribunal ouviu hoje também o inspector-chefe Mário Rodrigues, que chefiou a equipa especial da PJ no caso do ‘estripador de Lisboa’, nos anos 90. O investigador considerou plausível um indivíduo franzino como José Guedes ser o autor dos três homicídios cometidos na capital em 1992 e 1993 e cujas vítimas «eram muito idênticas: magras e baixas».
Actualmente aposentado, Mário Rodrigues foi indicado como testemunha pela defesa de José Guedes. Explicou desde logo que «o importante é a genica e a força» de um homicida, até porque as vítimas na capital eram «baixas e fracas». «Mesmo assim, aquele tipo de crimes exigia uma certa capacidade física» -- sendo que, à data dos crimes, José Guedes tinha pouco mais de 25 anos e, segundo ele próprio revelou à PJ de Aveiro, era operário de construção civil e trabalhou em Alenquer (região próxima de Lisboa).
Em face deste depoimento, a advogada de José Guedes prescindiu dos restantes quatro inspectores da PJ de Lisboa cuja audição tinha solicitado (António Santana e António Teixeira, assim como Filomena Saraiva e Carlos Ademar Fonseca, que hoje faltaram).

Tribunal indefere 3.ª perícia

O Tribunal que julga José Guedes indeferiu o pedido de uma terceira perícia psiquiátrica que havia sido apresentado pela sua advogada, Poliana Pinto Ribeiro. Os juízes não aceitaram também os requerimentos para a audição dos peritos responsáveis pelas duas perícias já feitas e ainda do criminalista Barra da Costa.
O julgamento, que começou no dia 15 de Outubro, terminará no próximo dia 12 de Dezembro, com as alegações do Ministério Público e da defesa.

Arguido vai pedir desculpa

José Pedro Guedes, de 47 anos, irá falar finalmente, no dia 12, mas apenas para pedir ao Tribunal «desculpa por toda a situação causada», segundo revelou esta tarde a sua advogada, Poliana Pinto Ribeiro. Ou seja, não irá prestar quaisquer declarações acerca dos factos de que é acusado.

Fonte: SOL
 

billshcot

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“Confissão é mais do que evidente”

Para o director da Polícia Judiciária (PJ) de Aveiro, a confissão de José Guedes a uma jornalista foi o indício mais importante para que fosse reaberto o caso do homicídio de Filipa Ferreira, em 2000.



O local da morte da jovem, em Cacia, terá sido descrito pelo alegado ‘estripador’ numa entrevista e motivou nova investigação, contada ontem no Tribunal de Aveiro por Teófilo Santiago, com 31 anos de carreira na polícia.

"Para nós, a confissão é mais do que evidente. Sem os pormenores dados por Guedes, nem sequer íamos conseguir identificar o caso. Já passaram doze anos", afirmou o director, arrolado como testemunha do arguido. O histórico da PJ explicou ainda, durante a sessão de julgamento, como teve conhecimento do caso (ver caixa).

No início, a PJ pensou tratar-se de um outro homicídio por resolver, ocorrido em 2003. Só com o conhecimento do inspector Medina – que também participou na primeira investigação – foi possível chegar ao caso do homicídio de Filipa Ferreira.

"Na busca domiciliária, encontrámos facas numa gaveta e num móvel da sala", relembrou o responsável pela directoria da PJ de Aveiro, adiantando também que tem plena convicção de que, se os crimes de Lisboa – três homicídios em 1992 e 1993 – não estivessem prescritos, teriam também sido reabertos. "Neste caso concreto, penso haver indícios suficientes para uma nova investigação", disse a testemunha, lamentando o "ruído que se gerou à volta do processo e que prejudicou a investigação".

No final do seu depoimento, Teófilo Santiago foi questionado sobre os vários homens que nos últimos anos têm confessado ser o ‘Estripador de Lisboa’, sem que o mesmo se consiga provar. O director da PJ considera que só "tolos" poderiam dizer algo do género.

PROCURADOR DO MP SOUBE DO CASO PRIMEIRO

Quando percebeu que poderia estar a lidar com um verdadeiro homicida – que enviou uma mensagem a ameaçar matar de novo –, a jornalista a quem Guedes confessou os homicídios não apresentou de imediato queixa na PJ. Primeiro, num intervalo do julgamento do caso Face Oculta, revelou o teor das conversas a Carlos Filipe, o procurador do Ministério Público titular daquele processo. Disse não querer contar às autoridades por temer que o caso viesse a público pela comunicação social. Foi o magistrado que, por sua vez, informou Teófilo Santiago, dando-lhe ainda o contacto da jornalista. E foi, dias depois, o próprio director da PJ de Aveiro que telefonou à jornalista, tentando perceber o que se passava.

PRESCINDE DA AUDIÇÃO DE DOIS INVESTIGADORES

Poliana Ribeiro, advogada de José Guedes, prescindiu ontem da audição de dois inspectores da PJ que participaram na investigação dos crimes de Lisboa, por considerar que aqueles depoimentos pouco vão acrescentar à estratégia de defesa. Deverá ser durante as alegações que Guedes vai falar pela primeira vez desde o início do julgamento. Vai explicar apenas o contexto familiar e social que vivia antes de ser preso.

cm
 
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