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Manual com 300 anos revela esforços para ajudar surdos falar

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Manual com 300 anos revela esforços para ajudar surdos falar

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Com 300 anos de idade, um manual de instruções com capa de couro contém alguns dos primeiros exemplos de tentativas de ensinar os surdos a comunicar.

O manual pertencia a Alexander Popham, um adolescente surdo de uma família nobre inglesa que foi ensinado a falar em 1660. O caderno de capa de couro foi descoberto em 2008 numa imponente mansão inglesa, Littlecote House.

A descoberta sugere que um dos tutores do menino, John Wallis, estava algumas centenas de anos à frente do seu tempo na compreensão de que as pessoas surdas necessitavam da sua própria língua para se comunicar, diz o linguista David Cram, da Universidade de Oxford.

Wallis provavelmente também fez uso de um método rudimentar da língua gestual, disse Cram.

"Wallis salientou que, para ensinar a uma pessoa surda a nossa língua, a língua dos ouvintes, tivemos que aprender a língua deles", disse Cram. "Ele certamente teria feito uso da língua gestual e também de um sistema de escrita".

Na época, os homens que eram mudos foram considerados incompetentes e não podiam herdar propriedades ou fazer testamentos.

"A tradição, que remonta à Idade Média, era a de que a surdez e mudez andariam juntas", disse Cram. "Se nós não pudéssemos ensinar as pessoas a falar, não seriamos capazes de os ensinar a comunicar".

A fim de preservar o status social do jovem Popham, a sua família pediu a dois homens, Wallis e Holder William, para o ensinar a falar.

Surpreendentemente, Popham aprendeu a comunicar e a falar (embora os registos históricos não revelam o quão bem), tornou-se uma celebridade da época e até foi apresentado à corte, disse Cram. Casou-se depois com a filha de uma das mulheres intelectuais do século 17.

Nos anos posteriores, Wallis e Holder disputaram quem deveria receber o crédito de ter ensinado Popham a falar. Enquanto Holder foi o primeiro a tutorar Popham e pode ter sido o primeiro a estimular o rapaz a dizer algumas palavras, não há dúvida de que Wallis foi quem ensinou Popham a usar essas palavras para se comunicar, disse Cram.

"Não é claro que Holder não estava a fazer mais do que tentar arranjar alguém para produzir palavras tal como um papagaio", disse Cram.

Após Holder deixar o seu trabalho como tutor de Popham, Wallis tomou o seu lugar.

O pequeno manual de capa de couro escrito por Wallis revela que ele entendeu que os surdos podiam comunicar e que falar era diferente de comunicar - por outras palavras, ser capaz de produzir sons não significa que alguém se possa fazer compreender. Nem é a fala a única maneira de comunicar. O livro contém explicações detalhadas de articulação vocal, mas também números e gestos e exercícios de fonética, sintaxe e construção de frases.

"Wallis apontou que uma pessoa com surdez profunda terá que ser ensinado a comunicar antes de articular", disse Cram.

Wallis não foi a primeira pessoa a experimentar com gestos. Centenas de anos antes, monges beneditinos, que fizeram um voto de silêncio, também desenvolveram a sua própria língua gestual primitiva, que formaram a base de tentativas posteriores em Espanha para ensinar o surdo a gestuar, disse Cram.

Fonte: NBC News
 
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