Irmãos e rivais

0 grupo de rostos felizes, mãe, pai e filhos, todos a sorrir para a câmara, só revela uma parte da história. Sim, podem todos ser felizes juntos, mas há muitas outras alturas em que irmãos e irmãs estão em guerra.

A rivalidade entre irmãos é um fator muito real da vida em família e, mesmo com os pais mais cuidadosos, não pode ser totalmente evitado. Felizmente, as discussões e as zangas são normalmente de curta duração e a paz volta rapidamente - pelo menos durante aigum tempo.


A rivalidade entre irmãos faz parte da dinâmica natural da família, com cada criança a competir por atenção e por se afirmar. A ordem do nascimento afeta as relações entre as crianças e os seus pais, e uma criança de 18 mesesjá pode sentir ciúmes com a chegada de um irmãozinho.

As diferenças de idades entre as crianças influenciam as suas respostas e comportamento, e a rivalidade pode continuar por toda a infância.


0 que causa a rivalidade?

Há dois tipos de disputa entre irmãos. A primeira acontece quando, por exemplo, uma criança de 2 anos não compreende a necessidade de partilhar alguma coisa com o irmão de 4 anos. 0 irmão mais velho, tendo descoberto há pouco as regras da partilha e de esperar pela sua vez, fica chocado ao ver que parecem não se aplicar ao irmãozinho de 2 anos.

Quando este, quer urm brinquedo, pega nele e é tudo. Não consegue compreender a necessidade de permitir que a criança mais velha também brinque com ele.


0 segundo tipo de disputa tem a ver com a rivalidade pela atenção dos pais. Se os dois filhos pequenos querem, ao mesmo tempo, brincar com a mãe ou o pai, este tem de equilibrar cuidadosamente a sua resposta, assegurando-se de que cada filho sente que está a receber a mesma atenção.

Não é fácil para os pais, especialmente se tiverem vários filhos pequenos. Se três crianças estiveram a desenhar ao mesmo tempo, podem mostrar os desenhos à mãe e perguntar qual é o mais bonito. É uma armadilha para os pais desprevenidos.


Se a mãe diz a verdade, e afirma que um desenho é muito melhor do que o outro, um dos filhos fica feliz e os outros sentem-se rejeitados.

Se a mãe diz que são todos muito bonitos, as crianças sabem que estão a ser enganadas e cada uma irá pensar que o seu desenho é tão mau que a mãe teve de mentir. As crianças, mesmo as pequenas, estão conscientes das necessidades da diplomacia parental.

Os pais acabam por aprender alguns truques, como sugerir que os três desenhos sejam postos juntos na parede para que as visitas votem no seu preferido. Táticas de adiamento como esta normalmente significam que a competição é esquecida.


Um terceiro tipo de rivalidade entre irmãos é bastante desagradável e nem sempre é facil de detetar ou gerir. Numa família numerosa, uma criança pode simplesmente não gostar de outra. Pode iniciar uma campanha secreta para perturbar a outra, normalmente mais pequena.

Quando os pais não estão por perto, pode estragar o jogo que o irmão mais novo tinha começado. Quando o mais pequeno começa a chorar, o culpado já desapareceu. Não é difícil para os pais descobrirem este tipo de rivalidade e a resolverem., mas leva tempo, exige esforço e a situação tem de ser gerida com sensibilidade.


A longo prazo, muitos destes problemas entre irmãos resolvem-se por si mesmos e nascem vínculos genuínos entre irmão e irmã ou, mais provavelmente, entre irmã e irmã. Os vínculos entre dois irmãos são menos comuns.


Uma perturbação vinda de fora da família pode ajudar a criar urn espírito de união, em que um dos irmãos defende o outro da interferência externa. Como diz um velho ditado árabe: "Eu contra o meu irmão; eu e o meu irmão contra o nosso primo; eu, o meu irmão e o meu primo contra o estranho."


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