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Astrónomo identifica novo tipo muito raro de galáxia

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Fotos © ESO


Uma nova classe de galáxias foi, recentemente, identificada pelo astrónomo Mischa Schirmer, do Observatório Gemini. Este novo tipo de galáxias, denominadas "galáxias feijão verde" devido à sua aparência invulgar, brilha sob a intensa radiação emitida pelo material que circunda os enormes buracos negros centrais e está entre os objetos mais raros do Universo conhecidos até hoje.

Estas galáxias foram descobertas com o auxílio do Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO), do telescópio Gemini South e do telescópio Canadá-França-Hawaii (CFHT). Em comunicado, o ESO explica que muitas galáxias têm um buraco negro gigante no seu centro, que faz com que o gás à sua volta brilhe.

Porém, no caso das galáxias feijão verde, toda a galáxia brilha e não apenas o centro. Estas novas observações revelam, portanto, as regiões maiores e mais brilhantes alguma vez encontradas, que se pensa serem alimentadas por buracos negros centrais, muito ativos no passado mas que, agora, estão a desvanecer.

O achado foi desencadeado por uma investigação do astrónomo Mischa Schirmer, do Observatório Gemini, que, quando viu um objeto numa imagem do telescópio CFHT ficou espantado: este parecia uma galáxia, mas era verde brilhante, sendo diferente de todas as outras galáxias que já tinha visto e, por essa razão, totalmente inesperado.

O especialista pediu, portanto, tempo de telescópio no VLT do ESO para descobrir o que estaria a causar esse invulgar brilho. "O ESO concedeu-me muito rapidamente tempo de observação e apenas alguns dias depois de ter submetido a minha proposta, este estranho objeto foi observado pelo VLT", conta Schirmer.

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"Dez minutos depois de os dados terem sido adquiridos no Chile, estavam já no meu computador na Alemanha. Rapidamente defini as minhas propriedades de trabalho de investigação, quando se tornou evidente que tinha encontrado algo realmente novo", relembra o astrónomo.

O novo objeto tem o nome J224024.1-092748 ou, na versão abreviada, J2240, e situa-se na constelação de Aquário, sendo que a sua luz levou cerca de 3,7 mil milhões de anos a chegar até nós. Além de se distinguir pelo seu brilho intenso e pela sua estranha cor - explicada pelo oxigénio ionizado - a galáxia parece ter um buraco negro central muito menos ativo do que se esperava.

Segundo a equipa envolvida na descoberta, as regiões brilhantes devem, portanto, ser um eco de quando o buraco negro estava muito mais ativo no passado, e irão, provavelmente, diminuir gradualmente de brilho à medida que os restos de radiação passam através dela e se perdem no espaço.

Agora, os cientistas vão dar continuidade à investigação através de observações nos raios X e de observações espetroscópicas. O objetivo é estudar os processos de cancelamento destes objetos ativos, para compreender como, quando e por que razões param e perdem o seu brilho.

Por enquanto, a descoberta vai continuar a ser muito celebrada. "Descobrir algo genuinamente novo é o sonho de qualquer astrónomo tornado realidade, um acontecimento único na vida. É verdadeiramente inspirador!", conclui Schirmer.

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