billshcot
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Mário Leston Bandeira, Professor catedrático jubilado, sobre os indicadores sociais de 2011
Correio da Manhã – O número de casamentos continua a diminuir e as famílias têm cada vez menos filhos. Como se pode inverter esta tendência?
Mário Leston Bandeira – Não vejo como é que essa tendência possa ser travada. O problema está na incapacidade de termos uma economia que sustenta a natalidade e uma base de apoio financeiro da Segurança Social.Se os jovens não conseguem um emprego estável antes dos 30 como vão constituir família? E o que vai acontecer no futuro? A população vai diminuir cada vez mais. É um problema trágico.
– As medidas de austeridade vão agravar estes índices?
– A austeridade é um motor com efeito perverso. O problema demográfico é uma espécie de álibi para justificar as medidas que têm sido tomadas, como o corte de pensões. As políticas oficiais estabelecidas desde o primeiro governo de José Sócrates fizeram com que chegássemos a este ponto. Reformas determinadas em função da esperança de vida. As principais vítimas são os reformados.
– Mas o envelhecimento é uma realidade...
– O problema não está no envelhecimento, mas no facto de não conseguirmos criar emprego suficiente para os jovens e para os menos jovens. É fantasista dizer que as pessoas têm de trabalhar até mais tarde e depois onde estão os empregos? Temos uma economia que é um desastre. Não cria emprego, não cria riqueza.
– Esta instabilidade já se reflecte no número de divórcios?
– O divórcio aumenta em situações de crise económica. As pessoas têm um limite. A vida é muito difícil e leva a rupturas. E remete para um agravamento da crise. Apesar disso, considero que a demografia ainda não reflecte a sociedade em que vivemos.
cm
Correio da Manhã – O número de casamentos continua a diminuir e as famílias têm cada vez menos filhos. Como se pode inverter esta tendência?
Mário Leston Bandeira – Não vejo como é que essa tendência possa ser travada. O problema está na incapacidade de termos uma economia que sustenta a natalidade e uma base de apoio financeiro da Segurança Social.Se os jovens não conseguem um emprego estável antes dos 30 como vão constituir família? E o que vai acontecer no futuro? A população vai diminuir cada vez mais. É um problema trágico.
– As medidas de austeridade vão agravar estes índices?
– A austeridade é um motor com efeito perverso. O problema demográfico é uma espécie de álibi para justificar as medidas que têm sido tomadas, como o corte de pensões. As políticas oficiais estabelecidas desde o primeiro governo de José Sócrates fizeram com que chegássemos a este ponto. Reformas determinadas em função da esperança de vida. As principais vítimas são os reformados.
– Mas o envelhecimento é uma realidade...
– O problema não está no envelhecimento, mas no facto de não conseguirmos criar emprego suficiente para os jovens e para os menos jovens. É fantasista dizer que as pessoas têm de trabalhar até mais tarde e depois onde estão os empregos? Temos uma economia que é um desastre. Não cria emprego, não cria riqueza.
– Esta instabilidade já se reflecte no número de divórcios?
– O divórcio aumenta em situações de crise económica. As pessoas têm um limite. A vida é muito difícil e leva a rupturas. E remete para um agravamento da crise. Apesar disso, considero que a demografia ainda não reflecte a sociedade em que vivemos.
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