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Apple vs. Google vs. Facebook

castrolgtx

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Três das mais poderosas empresas do mundo enfrentam-se no próximo ano pela supremacia no mercado móvel.


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Vamos assistir em 2013 a uma autêntica Guerra dos Tronos em Silicon Valley, com direito a histórias de traição, cercos e reviravoltas. Apple contra Google contra Facebook contra Amazon. Alianças antigas foram desfeitas, novas se formaram e neste momento há uma declaração genérica de ataque por parte de todas. Tal como acontece com a saga épica de George Martin, ninguém sairá incólume desta guerra de poder. Muito menos os consumidores.

Mas deste lado, há mais benefícios do que desvantagens. A concorrência feroz é boa porque força as empresas a melhorarem os seus produtos, a terem mais atenção às necessidades dos clientes e a não os tomarem por garantidos - como é fácil fazer quando se tem um poder de mercado demasiado grande.
"O consumidor beneficia de uma vaga de competição e inovação frenética. Mas há algumas questões complexas de sobreposição e não é competição binária entre a Apple e a Google; a Apple faz dinheiro com a venda de dispositivos e a Google faz dinheiro com a publicidade", diz o analista Benedict Evans, da consultora Enders, ao Guardian.

Esta guerra de tronos vai acontecer num mercado que há alguns anos praticamente não existia: o móvel. Smartphones e tablets e toda a mudança comportamental associada. A rápida adesão dos consumidores a estes dispositivos (graças à Apple, é preciso sublinhar) provocou um terramoto no jogo de forças entre as grandes tecnológicas. O resultado é que estão todas a entrar pelos territórios umas das outras adentro. A Apple e o Facebook estão a meter--se no domínio da busca, engolido pela Google há muitos anos; assim como desenvolveram um interesse súbito pelos anúncios ´no móvel e pelo comércio eletrónico. A Google, por seu lado, está a meter-se no fabrico de hardware e vai emular a estratégia o-produto-funciona-melhor-quando-fazemos-tudo, da Apple. A Amazon também está a preparar o seu próprio smartphone, mas esta tem um impacto menor fora dos Estados Unidos. O que interessa mesmo aos consumidores globais é o caminho que tomarão a Apple, o Google e o Facebook. Todas as experiências online passam hoje por uma destas marcas, senão pelas três. "Elas estão todas a entrar nos mercados umas das outras", sintetiza o analista Greg Sterling, da Opus Research, citado pelo Wall Street Journal. De certa forma, o que mais lhes interessa é convencer os programadores a focarem-se nos seus ecossistemas, e neste sentido a Apple continua à frente. Mas por quanto tempo?
"No que respeita a novos serviços, haverá uma migração contínua da utilização para smartphones e tablets", prevê o diretor de pesquisa da consultora Informa Telecoms & Media, Mark Newman. "Mas tanto os players já estabelecidos como os novos estão a tentar perceber qual é a melhor forma de monetizar a utilização do móvel." É disto que andam todas à procura.

Google

O caso fascinante da Google começa com a forma inteligente como garantiu o seu futuro na mobilidade ao comprar uma empresa chamada Android para lançar um sistema operativo alguns anos mais tarde. Recentemente, o presidente da Google, Eric Schmidt, disse numa conferência que a Google ganhou a guerra à Apple nos sistemas operativos móveis, da mesma forma que a Microsoft tinha ganho no desktop nos anos oitenta. Em ambos os casos, a Apple perdeu. Ou perdeu mesmo? A verdade é que a Google tem 72% de todo o mercado de dispositivos móveis, mas esse domínio não se traduz em lucros substanciais de forma automática. Primeiro, porque esta quota de mercado abrange os utilizadores na China - e neste país, os smartphones Android não vêm com uma série de serviços Google pré-instalados. Depois, porque as receitas que a Google consegue aqui são indiretas, relacionadas com os anúncios que vende para a plataforma móvel. Em 2012, as receitas de anúncios móveis da Google nos Estados Unidos (o mercado de referência) atingiram os 1,6 mil milhões de euros, uma subida de 180% face ao ano passado. Mas as maiores projeções de crescimento são para o Facebook, não para a Google. Além disso, a rentabilidade dos anúncios no móvel é metade em relação ao desktop. Os investidores estão preocupados, e têm razão. A Google está muito longe das margens de lucro que a Apple faz cada vez que vende um smartphone. É por isso que a empresa vai transformar-se radicalmente em 2013. Agora que concluiu a aquisição da Motorola Mobility, a Google está a trabalhar num smartphone e num tablet inteiramente feito dentro de casa (nome de código: X Phone e X Tablet). E não vamos falar da incursão da empresa no mercado de fornecimento de internet por cabo, porque até agora é uma experiência limitada a algumas cidades norte-americanas. Mas dentro de alguns anos, quem sabe?

Para já, é expectável que a Google lance mais alguns dispositivos para usar em casa com ligação à internet (no verão revelou o Nexus Q, para streaming de conteúdos multimédia) e ainda os seus óculos de realidade aumentada, Google Glass. A empresa tem tantos projetos a decorrer em tantas áreas, desde a televisão aos carros inteligentes, que não surpreenderão incursões noutras ´áreas.

Apple

A marca que iniciou tudo isto com o iPhone e o iPad está num momento estranho. A transição de Steve Jobs para Tim Cook foi marcada por alguns soluços, com uma péssima aplicação de mapas, problemas no iOS 6 e despedimentos de topo. 2013 será um ano fulcral. A Apple terá de jogar à defesa no mercado dos tablets, onde a sua quota de mercado desceu para cerca de 50%. No mercado dos smartphones está confinada a um nicho, com 14% de quota, apesar dos 113 milhões de iPhones vendidos este ano. O iPad mini foi claramente uma jogada de defesa, que até ver correu bem: o tablet de 7 polegadas esgotou em muitos mercados este Natal. Os analistas perguntam-se se poderá vir aí um iPhone com a mesma estratégia, isto é, mais barato e com pequenas concessões ao nível da tecnologia. A empresa também terá de decidir se antecipa o calendário de lançamento do próximo iPhone para o verão, de forma a não dar tanto tempo de avanço à Samsung, que lançou o Galaxy S3 em maio e vai revelar o seu sucessor já em fevereiro, no Mobile World Congress em Barcelona.

Ainda assim, a Apple está numa situação financeira muito confortável e até voltou a distribuir dividendos. "Se a Apple vende 200 milhões de iPhones com uma margem de 45%, realmente não interessa quantos telemóveis é que a Google vende", sublinha o analista Benedict Evans da Enders. "Não está preocupada com a quota de mercado, também conseguiu atrair e reter programadores. A Apple é um ecossistema autossustentável."
No movimento de ataque, a Apple está a entrar cada vez mais no domínio da busca, aperfeiçoando o assistente digital Siri. Com este recurso, o utilizador não precisa de entrar na internet e fazer uma busca no Google. Além disso, o sistema de colocação de anúncios no móvel, iAd, cresceu 223% este ano, para 94 milhões de euros. Não são números espantosos, mas a tendência é de crescimento bem mais rápido que a Google - a referência do mercado.

O ano que vem aí também deverá ser marcado por um estreitar das relações entre a Apple e o Facebook, que agora têm na Google um inimigo comum. A Apple sempre se integrou melhor com o Twitter e só na nova versão o sistema operativo iOS passou a incluir atalhos para a rede de Mark Zuckerberg. Em breve, o Facebook vai começar a vender cupões digitais para usar no iTunes. Vários outros serviços deverão seguir-se, ao mesmo tempo que a Google continua a empurrar os utilizadores para a sua rede social Google+: cada nova conta de qualquer serviço Google obriga a abrir um perfil na rede. Mesmo que nunca o use.

Facebook

"Quero dissipar este mito de que o Facebook não consegue fazer dinheiro no móvel." Zuckerberg disse-o com convicção, na conversa com analistas depois dos resultados do terceiro trimestre. Agora que é uma empresa pública, o Facebook está sob intensa pressão para monetizar os cerca de 500 milhões de utilizadores que acedem à rede via smartphone ou tablet. Os anúncios no móvel renderam 113 milhões de euros no trimestre, mais do que qualquer analista esperava. É aqui que o Facebook vai investir fortemente em 2013: móvel. Parte desta estratégia passa pela busca, com funcionalidades úteis para o utilizador. Por exemplo, este mês lançou um serviço de pesquisa de empresas e marcas perto do utilizador, usando as recomendações dos amigos e o resto da rede social. Esta é, aliás, parte da ameaça que o Facebook representa para a Google. Muitos utilizadores preferem agora perguntar aos amigos ou pesquisar dentro da rede social em vez de ir ao Google Search. O mesmo é válido para o Twitter, mas com uma extensão totalmente diferente (o Facebook tem mais de mil milhões de utilizadores, o Twitter tem 200 milhões).

A rede social de Mark Zuckerberg, que está a reconstruir de raiz a sua estratégia no móvel, também vai apostar mais no comércio eletrónico. A nova plataforma Gifts permite aos utilizadores enviarem bens físicos aos amigos, tais como cartões de oferta Starbucks e bolachas, deverá explodir no número de parceiros e possibilidades.

O que resta em dúvida é a abordagem do Facebook ao hardware. Mark Zuckerberg já negou mais que uma vez que a empresa esteja a trabalhar num smartphone próprio, mas os rumores nunca desapareceram










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