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Vítima escondia agressões

billshcot

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Nov 10, 2010
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Uma mulher pacata e reservada, mas sempre muito alegre e disposta a ajudar. Nunca mostrou ser vítima de maus tratos, apesar de admitir sofrer de depressão. É desta forma que vizinhos e amigos descrevem Júlia Pereira, a mulher de 48 anos que se suicidou há quatro dias, atirando-se da janela de casa, após ter acusado o próprio irmão, com quem vivia, de a ter violado e agredido.

A portuguesa, que residia há já longos anos em Ponferrada, León, Espanha, escondeu de todos a relação conflituosa com o irmão, 10 anos mais novo – que ficou em prisão preventiva. A polícia já tinha registo de outros episódios de espancamento. Mas Júlia preferiu sofrer em silêncio.

Ontem, os gritos de dor ecoavam na pequena capela de Lomba, a cerca de 50 quilómetros de Ponferrada, onde decorreram as cerimónias fúnebres. A cremação ocorreu ainda pela manhã, mas foi no último adeus a Júlia Pereira, pelas 17h00, que a emoção tomou conta das cerca de três dezenas de pessoas que assistiram ao funeral. "Volta, por favor", gritava um familiar da vítima, que teve mesmo de ser amparado após ter caído, lavado em lágrimas, durante as orações. Júlia, casada com José Rivera, deixa seis filhos e uma neta.

Junto à casa da portuguesa, na rua Batalla de Roncesvalles, o clima era de consternação. Os moradores do pequeno bairro ficaram em choque ao ver o corpo de Júlia no chão, depois de uma queda do 2º andar do número 16. "É uma grande perda. Ela estava sempre contente e conversávamos muito, mas a Júlia nunca me contou nada sobre o irmão. Soube de tudo só depois da tragédia", disse ao CM a dona do café onde a vítima ia diariamente. "O irmão não bebia aqui mas, pelo que contam outros vizinhos, tinha alguns problemas com álcool. Nunca achei estranha a relação entre os dois", continua a mulher.

Apesar de ser casada, Júlia Pereira estaria já em processo de divórcio.

Irmão preso após tentar fuga

As autoridades já tinham estado por diversas vezes no número 16 da rua Batalla de Roncesvalles, mas foi na madrugada do passado sábado que a situação tomou proporções mais graves. Chamados ao local, os agentes encontraram Júlia dentro de casa e esta contou que tinha sido violada e agredida pelo irmão. De imediato foi iniciada uma verdadeira ‘caça ao homem’, para evitar que o agressor saísse da cidade. A Polícia Nacional e Local de Ponferrada montou controlos nas principais estradas da localidade, acabando por intercetar e deter o irmão de Júlia – que terá confessado aos agentes a autoria dos crimes.

Ouvido por um juiz, o homem ficou em prisão preventiva, por se verificar o perigo de fuga. A vergonha terá sido insuportável para Júlia, que sofria de depressão e era regularmente acompanhada por um psiquiatra.

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