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Portimão : Médicos acusados de negligência

billshcot

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Nov 10, 2010
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"O Martim tem paralisia cerebral, nunca terá autonomia e dependerá sempre de alguém para se manter vivo." O grito, de revolta e desespero, é de Samanta Rocheta, que acusa o Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio (CHBA), em Portimão, e a equipa que a assistiu no parto, a 16 de Abril passado, de negligência médica. Este é o segundo caso em que a equipa do bloco de partos do CHBA é acusada de negligência, em sete meses.

Samanta, desempregada, de 23 anos, passa o tempo a cuidar de Martim, já com oito meses e meio. O bebé tem epilepsia e convulsões. Ao lado do berço, estão garrafas de oxigénio. A jovem reclamou junto do CHBA a 26 de julho e, dois meses depois, apresentou queixa no Ministério Público, com conhecimento da Direção--Geral da Saúde e da Ordem dos Médicos. Por ser hipertensa e grávida de risco, Samanta viu o seu parto ser induzido. Mas o bebé acabou por nascer por cesariana, depois de uma dilatação difícil em que, acusa, foi ignorado o batimento cardíaco irregular, "dos 40 a 140", do bebé. "Só quando o pai do Martim, que estava comigo, gritou é que o médico veio com as parteiras. Disse para prepararem uma cesariana urgente. O bebé estava em sofrimento. Quando ele nasceu, não respirava, ficou sem oxigénio e esteve 15 minutos em morte aparente." Martim seguiria depois, de helicóptero, para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

A 17 de novembro, tal como o CM noticiou, Adriana Silva deu à luz no CHBA um bebé que morreu oito horas depois. Diz que a sua gravidez, de risco, foi arrastada "tempo demais". Ao CM, o conselho de administração do CHBA referiu que "não se vai pronunciar sobre estes assuntos".

DISCURSO DIRECTO

"80% DOS CASOS SÃO ARQUIVADOS", Carlos Figueira Procurador do Ministério Público

– A negligência médica sai muitas vezes impune?

– Sim, mas não só por causa do sistema de Justiça. Nem sempre há queixas, porque devido ao sigilo profissional não se sabe o que ocorreu. E ainda há receio de enfrentar a classe médica. Deve recorrer-se sempre à Justiça, porque mesmo sem acusação o esclarecimento traz paz.

– E o que falha na Justiça?

– 80% dos inquéritos são arquivados, não porque houve erro, mas desconhecimento do ocorrido. Os nossos médicos são bons, mas hospitais para 500 mil pessoas atendem 2 milhões. A Justiça funciona. Os médicos protegem-se na base, mas não no Conselho Superior de Medicina Legal, onde passam todos os casos. São processos complexos e deviam estar em segredo de justiça.

cm
 
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