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Português assina contrato sem ler e acaba em França

billshcot

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Nov 10, 2010
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Joaquim Silva, de 48 anos, abandonou o emprego que tinha em Portugal para ir para França trabalhar na construção civil, depois de ter assinado um contrato que não leu, e, quatro meses depois, regressou com menos dinheiro do que o que levou.

A proposta chegou, por intermédio de um amigo, em abril do ano passado. "No dia 12 estava a ir para França", referiu Joaquim à agência Lusa. Trocou um emprego na construção civil em Portugal por outro, na mesma área, mas a 1.500 quilómetros de distância. Trabalhou para um patrão português até julho, e ainda espera que este lhe pague os quase dois mil euros que lhe deve.

"Eles enganaram-me. Pensei que ia ganhar mais um bocadinho. Afinal ainda perdi dinheiro. O patrão ofereceu-me 8 euros à hora. E disse que eram limpos, mas no fim não eram. Para além disso, também não trabalhávamos sempre. E quando não trabalhávamos não recebíamos", desabafou.

Joaquim Silva diz ter recebido pelos dois primeiros meses de trabalho, em Clermont-Ferrand, no centro de França, cerca de 1.400 euros, aos quais o patrão terá subtraído cerca de 150 euros para o alojamento - "uma cama de um pré-fabricado" - e encargos sociais.

"No fundo, estava a ganhar 5 euros à hora, enquanto que em Portugal ganhava 5,5 euros. E depois ainda pagava alojamento e comida", acrescentou. Nos outros dois meses de trabalho, em Marselha, na região sul do país, José Silva recebeu, no total, 1.800 euros.

O português regressou à sua cidade no final de julho e voltou a França em setembro, onde continua a trabalhar, mas agora para uma empresa francesa, a ganhar mais do dobro do que o que ganhou enquanto trabalhador temporário destacado por uma empresa portuguesa.

René de Froment, da comissão executiva da Federação Nacional dos Trabalhadores em Madeira, Construção e Mobiliário (do sindicato francês CGT - Confederação-geral do Trabalho), referiu à Lusa que este tipo de situações têm-se "generalizado" em França nos últimos anos, e que há casos "muito graves".

As autoridades francesas têm agora registados 144 mil trabalhadores neste regime - o número quadruplicou nos últimos cinco anos-, a maior parte (cerca de um terço) a trabalhar na construção civil.

O Ministério francês do Trabalho estima, contudo, que o número real de trabalhadores destacados em França seja o dobro, tendo, por isso, elaborado o ‘Plano nacional de luta contra o trabalho ilegal 2013-2015’. A CGT calcula que o número real de trabalhadores nesta situação seja o triplo do oficial.

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