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FMI cobra mais 50% que Bruxelas

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FMI cobra mais 50% que Bruxelas

FMI exige um juro de 4,7% contra os 3% da Comissão Europeia. Troika diz que condições são «muito favoráveis»
O Fundo Monetário Internacional (FMI) cobra um juro 50% superior ao exigido pela Comissão Europeia e pede o reembolso em metade do tempo nos empréstimos concedidos a Portugal.
Segundo os documentos da sexta avaliação a Portugal divulgados por Bruxelas, Portugal já recebeu da troika 60,7 mil milhões de euros. Este montante foi cobrado com um juro final (inclui juros, comissões e taxas de câmbio) de 3,7%, com uma maturidade de 11,2 anos. Condições que os credores externos consideram «muito favoráveis».
Porém, estes valores escondem discrepâncias nas condições oferecidas pelas duas instituições que assistem financeiramente o país, a Comissão Europeia e o FMI. O organismo sediado em Washington cobrou até agora um juro total de 4,7% pelos 21,3 mil milhões de euros que emprestou a Portugal. Este valor contrasta com o spread de 3% pedido pela Comissão Europeia pelos 40 mil milhões de euros já transferidos para Lisboa.
A diferença de 50% na taxa de juro média entre as duas instituições reside no facto de o FMI cobrar diversos serviços como comissões, margens e custos de serviço que Bruxelas não cobra – ou cobra em menor valor dependendo do fundo de resgate. A diferença explica-se ainda pelo efeito da variação cambial – o FMI usa a sua própria moeda, o SDR, cujo valor varia quando indexado ao euro.
Contas feitas, os empréstimos do FMI têm um juro nominal de 2,7%, que quando contabilizados todos os custos sobe para 4,7%. O prazo de maturidade dos empréstimos também é menos favorável. O FMI pede o reembolso do dinheiro em 7,3 anos, enquanto a Comissão dá um prazo que oscila entre 12,4 anos (Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira) e 14,4 (Fundo Europeu de Estabilização Financeira). Ou seja, o dobro do tempo.

FMI ‘dá‘ 1,8 mil milhões extra

A troika refere que Portugal tem beneficiado de condições muito favoráveis, indicando que os prazos de maturidade aplicados a Portugal estão próximos do limite máximo dos instrumentos financeiros que assistem o país. O prazo máximo de maturidade dos fundos de resgate europeus é de 12,5 anos para o MEEF e de 15 anos para FEEF. Já o FMI aplicou a Portugal o programa com maior maturidade no seu portefólio, que oferece prazos entre 4,5 e 10 anos.
Portugal assinou com o FMI e a Comissão Europeia uma assistência financeira de 78 mil milhões de euros, dos quais 52 mil milhões seriam da responsabilidade de Bruxelas e os restantes 26 mil milhões do FMI. Porém, devido à apreciação da taxa de câmbio entre o SDR – moeda em que foi acordada a parcela do FMI – e o euro, Portugal poderá receber de Washington mais 1,8 mil milhões de euros extra só pelo efeito cambial.

Fonte: SOL
 
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