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Exportações à beira de 40% do PIB

florindo

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Fonte INE e Banco de Portugal

Exportações à beira de 40% do PIB

O peso das exportações na economia portuguesa atingiu em 2012 o máximo desde a entrada do euro. O país tem hoje um perfil mais exportador e clientes mais diversificados, geograficamente, do que há dez anos. Em contrapartida, está a vender cada vez mais produtos com baixo teor tecnológico. Segundo um relatório do Gabinete de Estratégia e Estudos (GEE) do Ministério da Economia, o peso das exportações no Produto Interno Bruto (PIB) atingiu 39% entre Janeiro e Setembro de 2012, o valor mais alto desde 2000. As vendas ao exterior representam, hoje, muito mais na economia do que nos primeiros anos do euro (média de 28% do PIB até 2005), ou mesmo nos anos de euforia do crédito (entre 2006 e 2008), quando este indicador atingiu uma média de 32%.
Contas feitas, Portugal tem hoje uma economia mais exportadora (peso das exportações no PIB) do que o Reino Unido (32%), Espanha (30%), Itália (28%), França (27%), países conhecidos por serem potências industriais e de serviços na Europa.

O sonho de Álvaro



Porém, ainda que Portugal esteja quase à beira de atingir os 40% do PIB e a aproximar-se do objectivo do ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira – defensor de que a economia portuguesa devia exportar o equivalente a 50% do seu produto –, a verdade é que estes valores derivam mais da queda abrupta do investimento privado e público (mais de 25% entre 2011 e 2013), bem como do consumo das famílias portuguesas (mais de 10%). Ou seja, o sucesso do sector exportador é real – o país vende mais e para mais mercados – , mas também é artificial – uma vez que o PIB está a cair com a austeridade e a ‘empolar’ um perfil de verdadeiro exportador, que Portugal ainda não tem.


Tecnologia ausente



Os dados do GEE revelam uma maior diversificação de mercados, com a importância da Europa para as empresas lusas a recuar, de 82% em 2000, para cerca de 76% em 2011. Neste período, Portugal começou a vender mais para Espanha – recorde-se a aposta de Sócrates «Espanha, Espanha, Espanha» – e menos para a Alemanha e Reino Unido.

O grande destaque vai, no entanto, para os mercados africanos, cujo peso nas exportações triplicou em 10 anos, assente quase em Angola – para onde vão 90% das vendas a África. Este efeito fez as exportações para os mercados fora da Zona Euro atingirem, em Setembro de 2012, um novo recorde. Estes destinos são agora responsáveis por 33% das vendas totais, um peso que é 50% superior ao que se verificava no período pré-crise internacional de 2008.
Mas os dados do GEE mostram também outra tendência menos positiva: os produtos com baixa intensidade tecnológica – menos diferenciados – têm tido maior relevância. E isto é um risco crescente face à concorrência de países emergentes, que produzem o mesmo e muito mais barato.
Cerca de 62% dos produtos exportados por Portugal, entre Janeiro e Setembro de 2012, tinham um teor tecnológico baixo e médio-baixo – valor mais alto desde 2000. E a fatia dos produtos com elevado valor tecnológico (7,2% do total) emagreceu, em 2012, quase metade do peso que tinha nos primeiros anos do euro (12%).
Portugal tem tido um comportamento positivo na exportação de serviços, que aumentaram de 27% para 30% do total das exportações. Em produtos, assistiu-se a um forte crescimento dos químicos, alimentos, produtos minerais e energéticos, que quase duplicaram a presença na matriz exportadora de Portugal do vestuário, calçado e têxteis.
As exportações têm sido o único motor a evitar uma queda maior da economia nos últimos dois anos. Porém, após um comportamento muito forte em 2010 e 2011, as vendas ao exterior começaram a abrandar em meados de 2012. Em Novembro, as exportações quase estagnaram (subida de 0,1%) face ao mesmo mês de 2011, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados nesta quarta-feira.
E para 2013 as previsões já foram revistas em baixa, apontando um crescimento das exportações na casa dos 3% ou menos.

Fonte: SOL
 
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