• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Au Revoir Portugal!

mjtc

GF Platina
Entrou
Fev 10, 2010
Mensagens
9,471
Gostos Recebidos
9
Au Revoir Portugal, é um retrato histórico de 5 episódios, sobre a emigração portuguesa para França nas décadas de 50/60/70. Durante este período saíram do país, clandestinamente, cerca de dois milhões de portugueses. Tratou-se do maior êxodo e da maior hemorragia humana que alguma vez a História de Portugal conheceu.

Entre 1958 e 1974, 1,5 milhão de portugueses abandonaram o seu país. Só em 1973 foram 123 mil. No ano seguinte, mesmo após todas as restrições à emigração por toda a Europa, saíram do país 71 mil pessoas. Fugiam da guerra das Colónias, da fome, da pobreza, da repressão. O principal destino: a França. A mala de cartão era tudo o que tinham. O Decreto-Lei nº 39749 de 1954 classificava a emigração clandestina como um crime, estabelecendo sanções penais e atribuindo à PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado) competências para a reprimir.

A Edição DVD da série documental "Au Revoir Portugal" retracta a história da emigração portuguesa para a França, e foi realizada por Carlos Domingomes.
AU+REVOIR+PTcapa2.jpg

Trata-se de uma edição especial única, não
se encontra à venda nas lojas.

Para adquirir esta edição favor contactar para: FILMOTAURUS@FILMOTAURUS.COM ou FILMOTAURUS@GMAIL.COM

O Passador de Homens!

O presente episódio pretende retractar esse período em que Portugal vivia uma ditadura, uma guerra colonial e uma extrema pobreza rural. Fugir ao regime, à guerra ou à miséria, era a única solução para milhares de homens e mulheres provenientes de diversos pontos do País. Mas para poderem sair de Portugal precisavam do então conhecido "passaporte de coelho": uma fotografia rasgada, 12 contos, e um Passador que os levaria na viagem das suas vidas.

O Salto!

Fugiam pela calada da noite, em grupo. Ao longo do caminho juntavam-se a outros grupos de homens, também eles fugitivos, provenientes de outros pontos do País e de outros Passadores. A viagem em Espanha era feita sobretudo a pé, clandestinamente em vagões de comboios, na bagageira de carros comprados para o efeito, por baixo da palha dos camiões dos porcos, em camionetas sobrelotadas. Ao chegar aos Perinéus formavam por vezes grupos de mais de 400 homens. Muitos deles nunca chegaram a passar a fronteira. Morreram afogados nos rios, de frio nas montanhas, de fome, sede, fraqueza. Ou simplesmente porque se perdiam ou eram mortos pelos próprios passadores ou pelos carabineiros espanhóis. A viagem de fuga, de duração indefinida, era conhecida como “O Salto”. Pela frente esperavam-lhes a PIDE, a Guarda Fiscal Portuguesa, a Guarda Civil Espanhola, os Gendarmes Franceses, e 2000 Km feitos a pé.

Ganhar a Vida!

O presente episódio é um retrato e um testemunho dos homens e mulheres que chegando a França - a terra então prometida - se depararam com uma realidade bem diferente da que lhes tinha sido apresentada. Descidos do comboio que os levou à Gare de Austerlitz (Paris) era agora preciso encontrar abrigo, um emprego e os respectivos papéis para a legalização. Mas os problemas da língua, da cultura, das condições meteorológicas, das saudades, da discriminação e da integração eram demasiado cruéis para que o sonho de uma vida melhor pudesse ser assim tão simples. Eram agora estrangeiros.

O Regresso!

Mês de Agosto: Mês do calor, dos emigrantes, das festas de aldeia, das procissões, das bebedeiras. Em 1992 foram cerca de 22.800 emigrantes a regressar a Portugal. Em 2009 estima-se que sejam apenas 8000. A maioria dos emigrantes teve filhos e netos que nasceram em França, e estes filhos e netos integraram-se completamente: vão à escola, tem a sua profissão, falam perfeitamente o francês. Os emigrantes misturam os idiomas, vivem um estilo de vida que Portugal não lhes consegue oferecer, esbanjam as poupanças de todo um ano de trabalho num mês de euforia. Mas como verdadeiros Portugueses, maldizem compulsivamente Portugal, derramam o seu sangue luso nas pegas de bois, e quase todos sonham um dia regressar. Quando chega a hora da reforma encontram-se divididos. Muitos partilham o tempo entre Portugal e a França. Muitos sentem que têm uma dupla identidade: portuguesa e francesa. Estão definitivamente ligados a esse país que os acolheu.

Au Revoir Portugal!

Qual é a minha história? De onde venho e para onde vou? O que é ser-se emigrante? O que é ser-se português? Perguntas feitas aos emigrantes que sentiam-se desenraizados, deslocados, sem saber a qual a realidade que pertenciam. Em França, eram vistos como filhos de estrangeiros, e em Portugal como um emigrante, um "português afrancesado".

 
Última edição:
Topo