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Mãe homicida temia pelo futuro do filho

billshcot

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Nov 10, 2010
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A ideia de morrer e de deixar sozinho o filho Martim, um menino autista de 12 anos, consumia Manuela Paçó. Sem familiares próximos – à exceção do marido e do irmão –, a professora, que vivia em Vinhais, temia pelo futuro da criança. O medo crescente terá estado na origem da loucura cometida por Manuela, de 47 anos, na tarde de sábado. Atirou o filho do 4º andar do hotel Ibis, em Bragança, e lançou-se também.

"O medo do futuro é o drama de todos os pais que têm filhos com necessidades especiais. A Manuela tinha esses receios também, tanto mais que há três anos teve um cancro no peito. Apesar de ter superado a doença, o receio continuava lá", contou ao CM um familiar.

A carta que Manuela deixou no hotel ao marido, Eurico Gonçalves, confirma os seus medos. Na missiva, a professora pede desculpa ao homem por provocar a perda dos dois amores da sua vida, e explica que não quis deixar o filho sozinho. Eurico Gonçalves – presidente da Assembleia Municipal de Vinhais e subdiretor do Agrupamento de Escolas da vila – refugiou-se em casa de familiares logo após a tragédia. Não compreende o ato da mulher e recusa-se a aceitar a morte do filho. Também os amigos da professora estão em choque.

" Éramos as melhores amigas desde a adolescência. Ela era uma mulher forte, fazia tudo pelo filho. Não consigo ainda acreditar", disse Maria Luísa Nóbrega, amiga de Manuela.

A professora – que fazia parte da direção da Associação Leque, que se destina a crianças com necessidades especiais – tinha períodos de depressão há vários anos. Nunca revelou, no entanto, ter qualquer intenção de terminar com a sua vida e muito menos com a do pequeno Martim, razão pela qual o homicídio seguido de suicídio deixou os amigos em choque. Manuela vivia para o menino e recusou, aliás, aulas de Biologia e Geologia numa escola em Alijó, Vila Real, para não estar longe da criança.

As autópsias aos corpos realizam-se hoje, e ainda não há data para os funerais.

FAMILIARES E AMIGOS ESTÃO DESTROÇADOS COM A TRAGÉDIA

A casa de Manuela Paçó, no centro de Vinhais, está vazia desde anteontem, horas após a tragédia ter ocorrido. O marido, Eurico Gonçalves, está a ser apoiado desde o primeiro momento pelos familiares. Também o irmão da professora está devastado.

"A Manuela e o irmão eram muito unidos, principalmente desde que os pais morreram. Ele está em choque", disse um familiar. Na página do Facebook da Associação Leque, frequentada por Martim, são muitas as mensagens de carinho e saudade. Celmira Macedo, presidente, deu ontem conta do seu sofrimento. "O que sou hoje e o que fiz nos últimos anos foi por ti Martim. E a ti Manuela, que sempre me incentivaste, pergunto-te porquê? É uma dor inimaginável ", escreveu Celmira.

MARIDO ESTAVA A SER ENTRONIZADO NA CONFRARIA

Eurico Gonçalves foi anteontem entronizado na Confraria do Fumeiro de Vinhais, ao lado do líder socialista, António José Seguro. Terá sido para não estragar a festa do marido que Manuela cometeu o ato de loucura num hotel no centro de Bragança, a 35 quilómetros de casa. A felicidade que o homem anteontem vivia na festa rapidamente desapareceu. Manuela e Martim chegaram ao hospital de Bragança já sem vida.

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