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"2013 será um ano negro no mercado de trabalho"

billshcot

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Nov 10, 2010
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Mais de 40 mil postos de trabalho foram destruídos por mês no último trimestre de 2012. E a expectativa é para continuar a piorar.

Mais de 40 mil postos de trabalho destruídos por mês. Foi esta a realidade do último trimestre do ano passado: o pior desde pelo menos 1998.

Os números revelados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram como a economia portuguesa afundou no último ano e atingiu o valor mais elevado de sempre do desemprego: 16,9%. A expectativa é de continuar a piorar.

"Estes números só podem suscitar surpresa para quem andar na Lua", diz José Reis, professor catedrático da Universidade de Coimbra. "O emprego é um dos indicadores mais esclarecedores e que mostra de modo mais cruel o que se está a fazer de mal na economia", defende.

De acordo com os dados do INE, foi o sector secundário que mais destruiu emprego. Indústria, Construção e Energia explicam quase 60% da contracção do emprego, embora não sejam estes os principais sectores empregadores do país (os Serviços continuam a pesar 64% no total de emprego).

É certo que já em 2011 o último trimestre tinha sido muito negativo,com a destruição de 118,3 mil postos de trabalho. Mas a implosão do emprego no final do ano passado - que arrasou com 124,5 mil empregos - poderá ser justificada pela forte degradação das expectativas. "Algumas empresas poderiam estar à espera do próximo ano antes de encerrar ou reduzir a força de trabalho", lembra João Cerejeira, professor na Universidade do Minho. Até então, o Governo tinha indicado 2013 como um ano de retoma e foi no final de 2012 que as expectativas se inverteram. "O último trimestre foi de muito más notícias para muita gente", corrobora José Reis, frisando que foi então que se conheceram dados referentes à emigração, e que se verificou que "não havia limites para cortes e aumentos de impostos".

Este ano o cenário vai agravar-se. "Temos uma lógica permanente de austeridade" diz José Reis, "quando o que precisaríamos seria de acção pública para o desenvolvimento". Para João Cerejeira, 2013 será um ano negro no mercado de trabalho: "É de considerar que a taxa de desemprego atinja os 20% no final deste ano", já que "a actividade económica vai continuar em recessão".

As consequências para a economia portuguesa serão pesadas. Além dos problemas adicionais, relacionados com a pobreza, Cerejeira lembra que "é uma geração que fica penalizada". O economista explica que "há estudos que indicam que quem entra no mercado de trabalho em momentos de recessão é penalizado ao longo de toda a sua vida activa". Os salários são mais baixos e os vínculos contratuais mais precários, acrescenta.

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