Camarate: Freitas sem dúvidas que tráfico de armas foi móbil do atentado

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Freitas do Amaral afirmou esta terça-feira, no Parlamento, que não tem dúvidas que o Fundo Militar de Defesa do Ultramar e a tráfico de armas são centrais para se perceber as razões da tragédia de Camarate, segundo a versão de atentado.

Freitas do Amaral declarou que o ministro da Defesa, Adelino Amaro da Costa, lhe relatou suspeitas de irregularidades no Fundo do Ultramar no verão de 1980 num almoço. O tema não foi debatido em conselho de ministros, adiantou ainda o ex-governante na X Comissão de Inquérito à tragédia de Camarate.

Amaro da Costa e o primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, faleceram na sequência da queda de um Cessna a 4 de dezembro de 1980.

Um dos pontos em discussão é o momento da extinção do Fundo de Defesa de Ultramar. Há uma resolução do conselho de revolução que aponta nesse sentido, mas não o extingue. Freitas do Amaral reconhece que, na altura, não teve o cuidado "os preceitos no texto". De facto foi transformado noutro, em 1980, após as legislativas de 5 de Outubro.

Freitas considerou ainda o funcionamento do fundo a partir dessa altura como "uma aberração".

cm