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"Indignação volta a ser legítima"

billshcot

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Nov 10, 2010
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Outubro de 1971. A noite estava fria no pátio do Strawberry Studio, em França. Zeca Afonso levou três amigos para um chão de gravilha. Francisco Fanhais, o guitarrista Carlos Correia (‘Bóris’ para os amigos) e o diretor musical do disco ‘Cantigas do Maio’, José Mário Branco, seguiram o autor de ‘Grândola, Vila Morena’ nos passos típicos de cante alentejano, que se escutam na gravação original da canção.

O tema, símbolo do 25 de abril de 1974, tem sido ouvido, nos últimos dias, em protestos. A mensagem prevalece porque, segundo refere ao CM Francisco Fanhais, hoje com 61 anos, "a indignação volta a ser legítima".

Depois de gravada a primeira fase, pela madrugada dentro, as vozes foram registadas no dia seguinte, em estúdio, com recurso a oito microfones. "É um clássico. A sua letra é coletiva e, quando se quer exprimir a dor que vai na alma, ela volta", diz Carlos Correia, afastado da música para dar aulas em Coimbra.

O poema surgiu em 1964, depois de Zeca atuar na Sociedade Operária de Grândola. Até 1971, perdeu a estrofe ‘Capital da cortesia/Não se teme de oferecer/ /Quem for a Grândola um dia/ /Muita coisa há de trazer’. Mas, 42 anos depois, mantém o tom. "As pessoas estão pelos cabelos, e o tema ficou colado à liberdade", conclui Fanhais.

Letra integral

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade

Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade

José afonso

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