Empresas fiscalmente responsáveis

Quanto maior for o nível de complexidade das organizações maior será o risco das mesmas serem consideradas como fiscalmente pouco responsáveis.

Não obstante a quase unanimidade de que a carga tributária em Portugal atingiu o limite, importa atender a que existe uma percepção pública referente ao universo empresarial, que vai, tendencialmente, no sentido em que as empresas de maior dimensão têm um cada vez maior poder e um não correspondente grau de responsabilidade fiscal corporativa. Principalmente as grandes empresas têm sido objecto de críticas em várias vertentes que se traduzem em percepções generalizadas de não "cumprirem as regras do jogo", sendo muitas vezes associadas a uma imagem de uma excessiva influência junto do Estado, e que se estende "aos impostos de facto pagos".

A este respeito importa ponderar sobre o conceito da responsabilidade fiscal corporativa, o qual está a ganhar uma crescente relevância e ao qual os media, os accionistas, os reguladores e os consumidores estão cada vez mais atentos. Percepções erradas a este nível terão associados riscos cada vez maiores, tais como boicotes por parte dos consumidores, degradação da imagem de marca, risco reputacional da empresa ou grupo, escrutínio acrescido por parte dos reguladores e consequentemente desagrado por parte dos accionistas

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