Madeira: Polícia separa grupos de manifestantes
Autoridades obrigadas a intervir junto ao parlamento regional
Vários polícias separam os dois grupos de manifestantes que estão concentrados junto à Assembleia Legislativa da Madeira, no Funchal, onde hoje se discute uma moção de confiança ao Governo Regional, presidido pelo social-democrata Alberto João Jardim.
O grupo conotado com a JSD, que saíra do local pelas 10h00, regressou cerca de uma hora depois, entoando palavras de ordem a favor de Alberto João Jardim.
Em resposta, sindicalistas e alguns dirigentes partidários, numa jornada de protesto promovida pela União dos Sindicatos da Madeira (USAM), tornaram a pedir a demissão do chefe do executivo regional e a cantar "Grândola, Vila Morena", já com a porta do parlamento regional reaberta.
Junto a este grupo, estão colocados vários cartazes, num dos quais se lê "moção de desconfiança", enumerando problemas da região, como a dívida, o desemprego, o analfabetismo ou a insolvência de empresas.
O presidente da assembleia geral do Sindicato da Hotelaria da Madeira, afeta à USAM, disse ter ficado "assustado com o conteúdo da moção de confiança".
"Esta moção não faz referência à pobreza, ao desemprego, aos salários em atraso, aos jovens, aos reformados, não aponta caminhos", declarou Leonel Nunes, antigo deputado comunista, classificando o documento de "absolutamente ridículo" que "não consegue encher uma folha A4".
O dirigente regional do Bloco de Esquerda, Roberto Almada, explicou que a sua presença na concentração da USAM é de "luta contra um governo que desgraçou a Madeira e é responsável com o exército de pobres e desempregados que existem na região".
"Esta moção de confiança pode passar no parlamento, mas não passará nas ruas", avisou Roberto Almada, cujo partido perdeu o seu único deputado nas últimas eleições legislativas regionais.
Já Eduardo Welsh, do PND, que também se juntou ao protesto, justificou: "É um Governo que tem contas com a justiça, que deve responder perante a justiça, que afundou a Madeira que nem é legítimo, pois conquistou o poder com batota eleitoral".
Por seu lado, Sofia Sousa, que integra a plataforma popular 'Que se lixe a troika!', mas que marca presença enquanto cidadã nesta iniciativa, considerou a moção de confiança "mais uma estratégia para os governantes fugirem às responsabilidades".
Esta jovem, de 28 anos, que à semelhança de outras pessoas tentou assistir aos trabalhos parlamentares, lamentou que lhe tenha sido negado o acesso, permitindo, ao invés, que alunos de uma escola da região assistissem ao debate que ainda decorre.
cm