billshcot
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Jacinto Nunes diz que medida adoptada no Chipre poderá ter como intenção avisar países intervencionados como Portugal.
O ex-governador do Banco de Portugal, Jacinto Nunes, considera que o imposto sobre os depósitos exigido ao Chipre no âmbito do plano de resgate de 10 mil milhões de euros poderá estar sinalizar que, em caso de algum país resgatado solicitar fundos adicionais, este imposto sobre depósitos poderá ser considerado. O economista considera que medida é "um exemplo péssimo com graves repercussões na confiança do sistema bancário".
"Acredito que seja um aviso à navegação aos países intervencionados como Portugal. Admito que a intenção seja avisar outros países: se não têm juízo, vamos sacar o vosso dinheiro", afirmou ao Económico Jacinto Nunes. E deixa o alerta: "se os países intervencionados começam a interiorizar que poderá ser tomada este tipo de medida, haverá uma autêntica corrida aos depósitos com repercussões muito graves no sistema bancário".
O responsável critica ainda a medida adoptada no Chipre: "É uma péssima medida. É um roubo e visa sacar as economias das pessoas. Para obter o mesmo resultado há mais de meia dúzia de caminhos que poderiam ter sido seguidos".
Jacinto Nunes alerta que se uma medida semelhante fosse aqui tomada a reacção seria "muito séria e grave, até porque o Chipre é um país mais pequeno que Portugal". E sinaliza que a solução encontrada para os contribuintes cipriotas mais não representa do que "o egoísmo feroz da Sra. Merkel".
A este respeito critica que a Alemanha tenha anunciado o objectivo de défice zero, numa altura em que há fortes problemas de crescimento económico na Europa: "o que custava ter um défice de 1% ou 2%? A Alemanha está a tramar o crescimento na Europa. Vamos ver se aguentamos até Setembro [mês em que estão previstas as eleições alemãs]".
Sobre as medidas de austeridade já tomadas em Portugal e que visam a consolidação orçamental, o ex-governador do Banco de Portugal afirma que "há ainda muito por fazer" e que "continua a haver alternativas no nosso país". "O que se fez na justiça, nas empresas públicas e nas Finanças Públicas? Há ainda muito por fazer, por exemplo, o Estado tem 29 mil carros, porque não reduz em 10% o parque automóvel?"
O Governo de Nicósia aceitou, na madrugada de sábado, o plano de resgate financeiro ao país que foi acordado no Eurogrupo: irá receber um empréstimo de 10 mil milhões de euros das entidades internacionais, e que prevê um pacote de medidas que incluem um imposto de 9,9% sobre os depósitos bancários superiores aos 100 mil euros e de 6,75% sobre depósitos de valor inferior. A medida será sujeita hoje ao crivo parlamentar.
Para além disto, os juros que seriam pagos pela aplicação das poupanças dos clientes em depósitos são retidas na fonte, como imposto também, e o país é obrigado a aumentar a taxa de IRC de 10% para 12,5%.
O presidente cipriota disse ontem que os impostos sobre os depósitos bancários no Chipre foram a opção "menos dolorosa" do acordo de resgate ao país por parte da União Europeia. "Eu escolho a solução menos penosa, e assumo os custos políticos, no sentido de minimizar o mais possível as consequências para a economia e para os cipriotas", afirmou Nicos Anastasiades na mensagem que dirigiu ontem ao país através da televisão.
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O ex-governador do Banco de Portugal, Jacinto Nunes, considera que o imposto sobre os depósitos exigido ao Chipre no âmbito do plano de resgate de 10 mil milhões de euros poderá estar sinalizar que, em caso de algum país resgatado solicitar fundos adicionais, este imposto sobre depósitos poderá ser considerado. O economista considera que medida é "um exemplo péssimo com graves repercussões na confiança do sistema bancário".
"Acredito que seja um aviso à navegação aos países intervencionados como Portugal. Admito que a intenção seja avisar outros países: se não têm juízo, vamos sacar o vosso dinheiro", afirmou ao Económico Jacinto Nunes. E deixa o alerta: "se os países intervencionados começam a interiorizar que poderá ser tomada este tipo de medida, haverá uma autêntica corrida aos depósitos com repercussões muito graves no sistema bancário".
O responsável critica ainda a medida adoptada no Chipre: "É uma péssima medida. É um roubo e visa sacar as economias das pessoas. Para obter o mesmo resultado há mais de meia dúzia de caminhos que poderiam ter sido seguidos".
Jacinto Nunes alerta que se uma medida semelhante fosse aqui tomada a reacção seria "muito séria e grave, até porque o Chipre é um país mais pequeno que Portugal". E sinaliza que a solução encontrada para os contribuintes cipriotas mais não representa do que "o egoísmo feroz da Sra. Merkel".
A este respeito critica que a Alemanha tenha anunciado o objectivo de défice zero, numa altura em que há fortes problemas de crescimento económico na Europa: "o que custava ter um défice de 1% ou 2%? A Alemanha está a tramar o crescimento na Europa. Vamos ver se aguentamos até Setembro [mês em que estão previstas as eleições alemãs]".
Sobre as medidas de austeridade já tomadas em Portugal e que visam a consolidação orçamental, o ex-governador do Banco de Portugal afirma que "há ainda muito por fazer" e que "continua a haver alternativas no nosso país". "O que se fez na justiça, nas empresas públicas e nas Finanças Públicas? Há ainda muito por fazer, por exemplo, o Estado tem 29 mil carros, porque não reduz em 10% o parque automóvel?"
O Governo de Nicósia aceitou, na madrugada de sábado, o plano de resgate financeiro ao país que foi acordado no Eurogrupo: irá receber um empréstimo de 10 mil milhões de euros das entidades internacionais, e que prevê um pacote de medidas que incluem um imposto de 9,9% sobre os depósitos bancários superiores aos 100 mil euros e de 6,75% sobre depósitos de valor inferior. A medida será sujeita hoje ao crivo parlamentar.
Para além disto, os juros que seriam pagos pela aplicação das poupanças dos clientes em depósitos são retidas na fonte, como imposto também, e o país é obrigado a aumentar a taxa de IRC de 10% para 12,5%.
O presidente cipriota disse ontem que os impostos sobre os depósitos bancários no Chipre foram a opção "menos dolorosa" do acordo de resgate ao país por parte da União Europeia. "Eu escolho a solução menos penosa, e assumo os custos políticos, no sentido de minimizar o mais possível as consequências para a economia e para os cipriotas", afirmou Nicos Anastasiades na mensagem que dirigiu ontem ao país através da televisão.
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