Gondomar : Treinam-se desempregados para tratar de matas

Os desempregados da freguesia de Rio Tinto, em Gondomar, vão receber formação na área florestal para que se possam tornar vigilantes florestais e, assim, evitar os incêndios que todos os anos fustigam o território nacional, escreve esta segunda-feira o Jornal de Notícias.

Marco Martins, presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto, em Gondomar, explicou ao Jornal de Notícias que pretende que a iniciativa de dar formação aos desempregados da freguesia seja seguida, em breve, pelas localidades vizinhas, “sobretudo aquelas com mais área florestal”.

Em Rio Tinto são cerca de 20 os desempregados que vão receber 250 horas de formação na área da vigilância florestal.

Recorde-se que no início do mês, o antigo ministro das Finanças, João Salgueiro, tinha sugerido que os desempregados deveriam trabalhar nas matas.

“É assim tão complicado pôr desempregados a tratar das matas?”, questionou em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, acrescentando que “é preciso dar objectivos às pessoas” e que “há pessoas que podiam estar a produzir para o bem de todos e que não estão”.

Parece, pois, que a sua ideia foi, em parte, acolhida.

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João Salgueiro "É assim tão complicado pôr desempregados a tratar de matas?"

O membro do Conselho Económico e Social, João Salgueiro (à esquerda na fotografia), defende, em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, que “é preciso dar objectivos às pessoas”, e acrescenta: “Há pessoas que podiam estar a produzir para o bem de todos e que não estão”. Nesta senda, e reportando-se ao flagelo do desemprego, o também antigo ministro das Finanças questiona: “É tão complicado pôr desempregados a tratar das matas?”. Até porque, advoga Salgueiro, “o que interessa é que estejam ocupados".

O antigo ministro das Finanças, João Salgueiro, parece ter encontrado uma solução para a população desempregada do País e diz não perceber por que ainda não foi implementada. Aliás, Salgueiro recorre a uma expressão de Keynes para ilustrar a sua ideia: “Se não sabem o que fazer ponham metade dos desempregados a abrir buracos e a outra a tapá-los”. E a partir daqui, questiona: “É assim tão complicado pôr desempregados a tratar das matas?”.

Para o responsável, o País precisa de atrair investimento para pagar bons salários, mas também de um plano imediato. “É preciso dar objectivos às pessoas”, frisa o economista à TSF e ao Dinheiro Vivo, acrescentando que “há pessoas que podiam estar a produzir para o bem de todos e que não estão”.

Por outro lado, João Salgueiro não poupa críticas à estratégia do Governo face aos cortes de 4 mil milhões de euros na despesa do Estado. “Primeiro era preciso saber que resultados” são pretendidos.

“Nunca assumiria essa responsabilidade de cortar. Isso faz-se em tempo de guerra. Um processo de reforma não serve só para poupar dinheiro. Em rigor nem é esse o objectivo principal. É proporcionar um serviço de melhor qualidade”, salienta ainda o membro do Conselho Económico e Social, que ao seu currículo soma também o cargo de vice-presidente da Caixa Geral de Depósitos.

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