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A velhinha do dna

Luz Divina

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A VELHINHA DO DNA





No Brasil dos dias de hoje, vivemos um momento de grande mudança na mentalidade de polícia e justiça, no que se refere às evidências científicas. Onde antigamente cabiam investigações e discursos de acusação/defesa apenas amparados em lógica e provas testemunhais, atualmente os trabalhos se amparam na prova científica do crime. E a mais aclamada evidência considerada como “cabal”, sem dúvida, é o DNA porventura encontrado na cena ou na vítima.


O alerta para que não se supervalorize a prova cientifica do DNA vem de uma história real acontecida na Alemanha, elucidada apenas em 2009. É o sensacional caso da Serial Killer ‘Fantasma de Heilbronn’.


A polícia alemã, contando com a mais alta tecnologia disponível para investigação e ultramodernos bancos de dados, encontrou o mesmo DNA feminino em mais de 40 cenas de crime, desde assassinatos a roubos. Atônitos, começaram a perseguir aquela que também foi chamada de “A Mulher sem Face”.

Nenhuma pista levou a lugar algum. Não havia um padrão de comportamento criminoso entre os crimes, a imagem da suspeita nunca foi capturada por qualquer câmera de segurança, agia em vários países, entre eles Alemanha, Áustria e França.

As testemunhas dos crimes descreviam o suspeito ora como homem, ora como mulher, levantando inclusive a hipótese de que se tratava de um transexual. Profilers foram chamados, médiuns também, mas não se chegava a nenhuma solução.


Em março de 2009, investigando a identidade de um homem carbonizado encontrado na França, os peritos retiraram o DNA das impressões digitais de um desaparecido que havia preenchido um formulário anteriormente. O resultado foi surpreendente e embaraçoso: era o DNA da serial killer de Heilbronn!

Refazendo o exame em consequência do resultado impossível, utilizaram uma outra marca de swab, assim chamado o cotonete de algodão especialmente fabricado para coleta de evidências. Desta vez, o DNA da “mulher sem face” não apareceu.

A resposta era simples, o swab anterior, cujo fabricante era austríaco (Greiner Bio-One International AG), estava contaminado. Todos os swabs eram esterilizados contra bactérias, vírus ou fungos, mas qualquer DNA ali presente, de alguém da linha de produção, que inadvertidamente houvesse contaminado o material, não era destruído.

Os swabs produzidos por essa empresa não eram certificados para análise de DNA, mas eram utilizados por inúmeras polícias científicas espalhadas por diversos países.


Final da história: a misteriosa criminosa em série não existia, era provavelmente o DNA de uma empacotadora da empresa; a polícia gastou muitas horas de trabalho e dinheiro por conta de uma contaminação não previsível de material de coleta de prova científica.


Moral da história: o DNA é uma importantíssima ferramenta de investigação, mas não uma certeza, porque nunca se sabe como “ele” chegou lá.




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