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Maior telescópio do mundo é inaugurado em deserto no Chile

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Maior telescópio do mundo é inaugurado em deserto no Chile

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Projeto internacional de 1 bilhão de euros reúne 66 antenas no deserto do Atacama e visa ajudar astrônomos a desvendar as origens do universo
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São 66 antenas de alta tecnologia no meio do deserto – cada uma pesando mais de 100 toneladas. Um projeto de cerca de 1 bilhão de euros a 5 mil metros do nível do mar, onde a temperatura pode variar até 50 graus. Nesta quarta-feira (13/03), no deserto do Atacama, no Norte do Chile, entra em pleno funcionamento o Alma, maior telescópio do mundo.

Maior projeto de astronomia fixado em solo, o Alma – sigla para Atacama Large Millimeter Array – permitirá observar comprimentos de onda milimétricos e submilimétricos invisíveis a olho nu. Suas antenas são as mais avançadas já construídas. O telescópio é fruto do primeiro programa de astronomia verdadeiramente mundial, com orçamento dividido entre Europa, Estados Unidos e Japão.

"É comparável à transição do olho nu para o primeiro telescópio", explica Wolfgang Wild, diretor da parte europeia do projeto, que busca desvendar a origem do universo. "A tarefa de ligar várias antenas representa um esforço enorme." Porém a ambição dos cientistas tampouco é pequena: descobrir o mistério da criação do cosmo.

De olho no passado

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Interferômetro gigante pode ajudar a desvendar o mistério da criação do universo

A natureza produziu um variedade enorme, originada num longo processo cósmico de desenvolvimento. Custa acreditar que essa variedade de paisagens e biosferas se baseie em pouco mais de uma centena de elementos químicos.

Elementos leves, como o carbono, são criados no interior das estrelas, enquanto metais como ouro ou titânio, só se formam quando elas explodem. As estrelas então lançam sua crosta exterior no espaço e espalham os elementos que acabam de se formar.

A partir desses invólucros detonados formam-se nuvens, que, por sua vez, voltam a formar novas estrelas. Assim se cria o ciclo cósmico de nascimento e extinção. Mas como ele começou? Com o Alma, os astrônomos pretendem mirar e investigar as primeiras estrelas que desencadearam esse ciclo, há mais de 13 bilhões de anos.

No limite da tecnologia

Para erguer o projeto, foi necessária toda precisão possível. O espelho do telescópio, de 12 metros de altura, não pode se deformar, mesmo sob temperaturas extremas. E as antenas têm todas que ter as mesmas características e altura. Só assim elas podem funcionar juntas como um único olho, o assim chamado interferômetro.

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Algumas das 66 antenas do Alma no deserto do Atacama

A primeira antena foi instalada em 2009, no planalto de Chajnantor, perto da aldeia de São Pedro de Atacama, local escolhido pela altitude, amplitude, extrema ausência de umidade no ar e proximidade da linha do Equador – o que oferece um ângulo privilegiado para observar grande parte do universo.

"O Almarepresenta uma verdadeira revolução. Poderemos fazer observações com uma resolução e uma sensibilidade bem melhores do que hoje e isso vai transformar completamente a nossa visão de uma parte do universo", destacou Massimo Tarengui, que integra o projeto.

Astrofísicos de todo o mundo esperavam há anos que o telescópio finalmente entrasse em funcionamento. Parte das contribuições que ele trará ao mundo científico já está prevista, mas, segundo Wolfgang Wild, ainda haverá surpresas. "É um pouco como com Galileu. Ele certamente não esperava descobrir as luas de Júpiter, mas acabou se surpreendendo."


Autores: Andreas Neuhaus / Hannah Fuchs (rpr)
Revisão: Augusto Valente
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