• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Oliveira (Olea europea L.)

Satpa

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Set 24, 2006
Mensagens
9,473
Gostos Recebidos
1
Ficha da Oliveira

A. Costa Lobo

Ficha%20da%20Oliveira1.jpg


Apresentação da Oliveira, árvore muito apreciada pela generosidade do principal produto que origina - o azeite. Conheça as principais características morfológicas e preferências ecológicas da espécie.

IDENTIFICAÇÃO

A oliveira (Olea europea L.) é uma angiospérmica dicotiledónea, da família das Oleáceas, a mesma família a que pertence o freixo, o ligustro ou o lilás. A oliveira cultivada para produção de azeite é a O. europaea L. var. europaea, ocorrendo frequentemente a O. europaea L. var. sylvestris Brot. conhecido por zambujeiro.

CARACTERÍSTICAS GERAIS E MORFOLÓGICAS

É uma árvore que raras vezes atinge os 10 metros de altura na variedade europaea ou 15 metros na variedade sylvestris, de folha persistente. O porte é assim mediano, com um tronco que toma formas curvas, mais ou menos tortuosas, e uma copa que tem tendência para adensar, com lançamentos verticais que mais tarde pendem, formando uma copa esférica. O tronco é liso nos primeiros anos, pardo acinzentado, mas posteriormente ganha um tom pardo amarelado ligeiramente rugoso.

As folhas são verdes-acinzentadas, escuras na página superior e acinzentadas ou prateadas na página inferior, são lanceoladas (em forma do bico de uma lança) com um pequeno bico terminal, brilhantes e com a margem inteira. O comprimento é variável mas é comum atingirem os 6-8 cm de comprimento e largura muito variável, dependente da variedade. O pecíolo das folhas é curto e da zona da axila das folhas saem umas inflorescências em cacho com um número muito variável de flores, bissexuais poligâmicas com quatro pétalas bancas a amarelas pálidas que florescem de Junho a Agosto.

O fruto é uma drupa ovóide ou sub-ovóide, com caroço (endocarpo) duro estriado e de forma característica da variedade, mesocarpo carnudo e suculenta, e pele cuja côr varia com a maturação.

Ficha%20da%20Oliveira2.jpg

OCORRÊNCIA

A Oliveira parece ter a sua origem na Ásia Menor em tempos muito remotos. Sabe-se que era cultura frequente no Egipto há mais de 4000 anos. A sua difusão pela região mediterrânica foi facilitada pelas invasões e trocas comerciais que sempre se deram nesta região. No entanto terá sido com as invasões romanas que esta cultura conheceu a maior difusão.

Neste momento está difundida por todo o Mundo sendo cultivada nas Américas, Africa do Sul, Japão e Austrália.

PREFERÊNCIAS AMBIENTAIS

A oliveira é, com o sobreiro e a amendoeira, a árvore típica do clima mediterrânio que tolera amplas condições de temperatura e de solos. O leque de temperaturas está limitado nas mínimas a 7º C negativos (com médias da estação fria de cerca de 5-6º C) e a temperaturas máximas que poderão ser prejudiciais se forem muito altas nos meses de Maio e Junho por prejudicarem a floração e o vingamento dos frutos.

A oliveira tolera todos os tipos de solos, desde muito pobres a solos de aluvião suportando mal solos mal drenados ou muito calcários. O factor mais limitante (sobretudo para a produção de fruto) é, no entanto, a água, sobretudo nos meses de maior calor e luminosidade que, geralmente, são os meses em que há maior carência de água.

A OLIVEIRA NO ECOSSISTEMA

A oliveira está muito associda ao Homem, que dela tira proveito cultivando-a e limitando o aparecimento de plantas espontâneas competidoras. As azeitonas são muito apreciadas por alguns animais, nomeadamente pássaros (como por exemplo os tordos), raposas e coelhos, que delas se alimentam. Quando o olival é abandonado, as plantas emitem lançamentos pela raiz (muitas vezes o porta enxerto utilizado é o zambujeiro) e as oliveiras ficam com o aspecto de moitas, adensando-se. Surgem as primeiras infestantes pluri-anuais como a giesta, a silva e a esteva e, passado pouco tempo, algumas quercíneas (da família dos carvalhos).

Ficha%20da%20Oliveira3.jpg

CURIOSIDADES

O papel da oliveira como produtora de azeite nas sociedades sempre foi importante, como o atestam inúmeros documentos antigos que existem nas principais zonas de produção. "Cultivada no Antigo Egipto há mais de quatro mil anos, os egípcios da VII Dinastia designavam-na por Tat; os gregos já a agricultavam no tempo de Homero; na Síria, desde o III milénio (.) o rei Salomão enviava azeite a Hirão I rei de Tiro, em troca de materiais e dos artesãos que destinava à construção do templo; Josué e Zorobabel já comercializavam azeite com as populações de Sidon e Tiro por troca de madeira dos cedros do Líbano; na Palestina, o rei David fá-la guardar por intendentes especiais e os oásis líbios povoam-se desta árvore de frutos nutritivos" (1).

O ramo de oliveira é utilizado como símbolo cristão por a Bíblia referir que a pomba enviada por Noé trouxe um ramo de oliveira como anunciador da misericórdia divina.

A oliveira é uma das quatro árvores cardinais do Calendário Celta (com o carvalho, a bétula e o freixo.

Em Portugal o azeite figurava já como troca comercial em 1266 no foral de Silves e como sendo importante para o uso doméstico no foral de Vila Viçosa.

Ficha%20da%20Oliveira4.jpg

UTILIZAÇÕES

A madeira da oliveira é dura e compacta e tem veios muito finos pelo que se presta de forma notável para a marcenaria e escultura. Há muitos anos que é usada para fazer pratos e travessas, mas igualmente maços de madeira. No entanto o principal produto da oliveira é a azeitona. Este fruto pode ser utilizado para consumo inteiro, necessitando de uma transformação com sais e oxidação para poder ser ingerido pelo homem, com caroço ou descaroçado. Pode igualmente ser utilizado para extracção do azeite. Este é o valor por excelência da oliveira com utilizações muito diversas, na culinária, como produtor de luz, utilizações medicinais, objecto de preparação dos mortos, como cosmético, relaxante, etc. As folhas também são usadas em chás medicinais e a lenha é boa para alimentação de lareiras.


Naturlink
 
Topo