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Turismo : Lousal, a terra que ainda depende das minas... fechadas

billshcot

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Nov 10, 2010
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Fernando Pessa descreveu as minas do Lousal na década de 1950 como "um pequeno oásis na vasta planície alentejana" e, mais de 50 anos depois, o local integra o roteiro turístico de minas e pontos geológicos de interesse.

No "moderno" Lousal, assiste-se a um filme, no qual a voz do repórter Fernando Pessa conta como era no século passado o processo de extracção mineira até ao fabrico de adubos químicos, sem esquecer a vida na igreja, na escola ou nos bailes.

Hoje, são cientistas que relatam à Lusa como a aldeia continua dependente das minas, mesmo que estejam encerradas desde 1988.

O armazém central passou a ser um restaurante de gastronomia regional, enquanto a casa da administração é uma albergaria, a central eléctrica é um museu e o balneário dos mineiros um centro de ciência viva.

Para as minas se tornarem locais a visitar, foi necessário o Estado fazer mais do que selar poços e galerias, como acontecia até à década de 1990, relata José Martins, técnico principal da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), responsável pela reabilitação ambiental de minas abandonadas.

Com fundos comunitários, uma empresa estatal e a colaboração da Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG), foram inventariadas 176 minas e uma lista sobre quais as primeiras a reabilitar.

No Lousal, os afluentes foram tratados e foi mantido o tom vermelho da água para "atrair o público e manter algum turismo existente que estas áreas possibilitam", diz o técnico, junto das grandes ruínas de edifícios de tijolo e das torres de ferro, que serviam de elevadores.

Para potenciar o turismo, a DGEG e a EDM organizaram o roteiro de minas, que está disponível na Internet (www.roteiros.pt) e que junta as iniciativas organizadas por juntas de freguesia, câmaras municipais, fundações ou universidades.

Patrícia Falé, técnica superior da DGEG, comenta que são feitas visitas de surpresa aos pontos da rede para garantir que todos têm apoio ao visitante, como disponibilização de informação.

Actualmente, a rede tem 30 parceiros e 101 pontos visitáveis em Portugal Continental e nos Açores, onde a técnica refere que o património pode ser entendido por especialistas e por quem não está ligado à área, mas que o considere "turismo alternativo".

Para Jorge Relvas, presidente da Associação Centro de Ciência Viva do Lousal, as minas sempre foram objectos geológicos que "apaixonaram" as pessoas.

Este local "fascina" ainda pelas infra-estruturas de superfície e pela possibilidade de visitar uma antiga galeria.

"Isso atrai muitas pessoas e torna a iniciativa um objecto de valorização de património e um veículo de Educação para a Ciência e Tecnologia", nota o professor da Faculdade de Ciências de Lisboa.

Em quase três anos de funcionamento, o Centro Ciência Viva deve ter recebido 30 mil visitantes e o seu presidente espera que este número continue a crescer.

Esses milhares já sabem que esta mina esteve activa entre 1900 e 1988, que ali a electricidade chegou antes de iluminar a baixa lisboeta e que os mineiros tinham direito a algumas horas de electricidade por dia.

nmt
 
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