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Aplicação informática vigia leituras dos alunos
É algo que tem dado que falar: alguns professores de uma universidade do Texas utilizam uma aplicação informática que permite saber se os alunos avançam nas leituras ou não.
A tecnologia, proveniente da CourseSmart, uma empresa start-up sediada em Silicon Valley, permite aos professores seguirem o progresso que os estudantes fazem com os livros em formato digital.
“É mais ou menos como o Big Brother mas por uma boa causa”, disse Tracy Hurley, o director da universidade, ao New York Times. De facto, a comparação é válida: com esta aplicação, os professores sabem não só se os estudantes saltam páginas ou tiram notas do que lêem, mas também se as partes importantes são sublinhadas.
As editoras especializadas em livros universitários já recolheram dados sobre milhões de estudantes que utilizam os seus materiais digitais. Mas a CourseSmart vai mais longe e disponibiliza a cada professor a informação individual dos alunos das suas turmas, algo que já começou a afectar a maneira como os professores olham para a evolução de cada aluno. “Será que os alunos aprendem mesmo se só abrirem o livro na véspera do exame?”, questiona Adrian Guardia, um professor que acompanha 70 alunos em três turmas.
Mas as alterações também se têm vindo a verificar no modo com as aulas são dadas. Aparentemente, longe vão os tempos das aulas presenciais e dos livros com a estrutura como os conhecemos. Com esta nova aplicação algumas aulas, como a de Adrian, são completamente virtuais.
As opiniões dividem-se em relação à utilização da tecnologia da CourseSmart. Por um lado, com o acesso à informação dos alunos, os professores podem perceber se os resultados obtidos correspondem, ou não, aos esperados. Por outro, há alunos que se sentem incomodados com a ‘monitorização’. É o caso de Hillary Torres, uma estudante com boas notas mas que não tira notas directamente na aplicação, acabando por dificultar a percepção do seu progresso.”Se o professor abrir a aplicação e vir que eu não a utilizo muitas vezes, pode pensar que não estou a ler tanto quanto devia. Será que isso lhe dá uma imagem negativa de mim?”.
Fonte: SOL