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Militantes do PS deverão renovar amanhã liderança de Seguro
Cerca de 45 mil militantes socialistas elegem no sábado 1825 delegados ao congresso, que se realiza duas semanas depois, e o secretário-geral do PS, esperando-se que António José Seguro seja reconduzido na liderança com uma maioria expressiva.Nas últimas eleições directas, em Julho de 2011, António José Seguro derrotou o ex-líder parlamentar socialista Francisco Assis, obtendo 23900 votos contra 11280, mais de dois terços dos votos.
Desta vez, tudo indica que António José Seguro vencerá ainda com uma percentagem mais significativa, já que tem como único opositor o militante socialista Aires Pedro, candidatura que, segundo dados da Comissão Organizadora do Congresso (COC), apenas concorre em sete (três na federação de Lisboa, duas no Porto e duas na Guarda) das 700 secções do PS.
Ao contrário do que sucedeu nas "directas" disputadas há dois anos entre Seguro e Assis, em que os militantes votaram ao longo de dois dias, as eleições realizam-se agora num único dia.
Uma mudança que ocorreu na sequência da revisão estatutária aprovada em 2012 e que, de acordo com actual a direcção do PS, visou reforçar as regras de transparência na vida interna deste partido.
Outra alteração relevante no plano interno foi a proibição de os militantes poderem pagar as quotas no momento da votação.
Para as eleições de sábado, os militantes com capacidade eleitoral tiveram de pôr as suas quotas em dia até 12 de Março passado, ou seja, um mês antes do ato eleitoral.
Sem adversário capaz de disputar a liderança ao atual secretário-geral do PS, a direcção aposta que o XIX Congresso Nacional do PS, entre 26 e 28 deste mês, em Santa Maria da Feira, seja virado para o exterior, num ano em que os socialistas disputarão eleições autárquicas e em que já apresentaram na Assembleia da República uma moção de censura ao Governo.
"Teremos um congresso virado para fora, para os problemas e soluções do país. O PS está preparado e mobilizado para dar uma imagem de força e para continuar a construir uma proposta alternativa para Portugal", declarou à agência Lusa o secretário nacional do PS para a Organização, Miguel Laranjeiro.
Miguel Laranjeiro será também o membro da equipa de António José Seguro responsável pela constituição da lista para a Comissão Nacional do PS, o órgão máximo partidário entre congressos.
No entanto, o dirigente socialista recusa-se para já a esclarecer quais os critérios que irão presidir à formação da lista e que percentagem de apoiantes da minoria que esteve com Francisco Assis em 2011 poderá entrar nos lugares efectivos da futura Comissão Nacional do PS.
Do lado do outro candidato à liderança, Aires Pedro, disputando eleições em muito poucas secções, uma das principais incógnitas prende-se em saber se conseguirá recolher a assinatura de pelo menos 50 delegados para que a sua moção de estratégia global seja debatida e votada em congresso.
Por outro lado, para concorrer com uma lista alternativa à Comissão Nacional do PS, de acordo com os estatutos deste partido, Aires Pedro terá de reunir a assinatura de cinco por cento dos delegados com direito a voto no próximo congresso.
Neste processo interno do PS, as principais disputas eleitorais vão acontecer em secções em que há duas listas alternativas de apoio à moção de António José Seguro.
"Isso é natural e acontece em praticamente todas as federações do país. São questões de ordem local, mas em que há uma convergência dos militantes no apoio à recandidatura e à moção do secretário-geral do PS", referiu Miguel Laranjeiro.
Fonte: Lusa/SOL
