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Credores 'ficam sempre a ganhar' com alargamento dos prazos, diz Jerónimo de Sousa

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Credores 'ficam sempre a ganhar' com alargamento dos prazos, diz Jerónimo de Sousa

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse na sexta feira à noite que os credores do empréstimo concedido a Portugal "ficam sempre a ganhar" com o alargamento em sete anos do prazo de pagamento.
"Significa um adiamento da renegociação da dívida, uma dívida que se vai manter latente, porque eles permitiram um alargamento do prazo mas isto significa que os credores vão receber mais dinheiro em juros, porque os anos se estendem, os juros aumentam, ficam sempre a ganhar", disse Jerónimo de Sousa num comício em Tavarede, Figueira da Foz.
Num discurso de mais de 30 minutos, o líder do PCP considerou ainda "uma vergonha" que a moratória "ainda vá precisar do selo do Bundestag [o parlamento alemão] para autorização".
"Sentimo-nos ofendidos. Como é que hoje, neste Portugal democrático, neste Portugal de Abril, neste Portugal que se quer independente, soberano, desenvolvido, Portugal ainda esteja sujeito a este vexame de que esse alargamento depende da sétima avaliação da ‘troika’ e precisa da garantia, do selo e do ámen do Bundestag", criticou.
Embora Jerónimo de Sousa não veja a Alemanha invadir Portugal com força militar, salientou que "aos poucos" Portugal vai perdendo a sua soberania, que "vai sendo alienada no plano económico" e no plano da dívida ao exterior.
"Quando os alemães tiveram a corda na garganta depois da II Guerra Mundial conseguiram uma moratória, renegociando a dívida, encontrando meios para o desenvolvimento da sua economia. Também nós hoje devemos exigir, como devedores, que isso se faça, porque Portugal precisa de crescer", defendeu.
No discurso, Jerónimo de Sousa atacou ainda o Governo, acusando-o de ter em curso uma "operação de manipulação e chantagem" e uma "dramática encenação" após o chumbo de quatro normas do Orçamento do Estado por parte do Tribunal Constitucional.
"O que está por detrás de toda esta operação de manipulação e chantagem é a tentativa de, por todos os meios e com o apoio e cumplicidade do Presidente da República, assegurar a própria sobrevivência de um governo moribundo e continuar, à margem da Lei e da Constituição, o caminho de desastre nacional", frisou.
Jerónimo de Sousa criticou também o PS, o qual, após a moção de censura apresentada para "criar a ilusão que é oposição, meteu a viola no saco e calou a exigência de eleições" antecipadas.
Também o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, foi alvo do líder comunista, que considerou um "ultraje" o governante ter alegadamente admitido que Portugal vive hoje em regime de protectorado.
"O tal patriota, nacionalista, que andava sempre com a bandeira da independência na mão é o mesmo que diz que já vivemos sob protectorado. Com dirigentes destes bem podemos dizer que a manter-se esta situação ainda os Filipes estavam cá, ou os seus descendentes, a mandar em Portugal", alegou.
Os ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo) e da UE (Ecofin) apoiaram na sexta-feira, em Dublin, o alargamento em sete anos o prazo para Portugal e a Irlanda pagarem os empréstimos concedidos ao abrigo dos programas de ajustamento.
A extensão das maturidades do empréstimo europeu concedido a Portugal depende da conclusão bem-sucedida da sétima avaliação da ‘troika' à aplicação do programa de ajustamento português, explicou, na capital irlandesa, o ministro das Finanças.
Vítor Gaspar disse aos jornalistas que, durante as reuniões de hoje do Eurogrupo e do Ecofin, foi alcançado um acordo de princípio para a extensão, por sete anos, das maturidades dos empréstimos europeus concedidos a Portugal e à Irlanda.

Fonte: Lusa/SOL
 
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