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Franceses já sabem que ministros têm um Renault ou uma fortuna

kokas

GF Ouro
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Set 27, 2006
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Muitos Renault, alguns Peugeot, apartamentos em Paris, casas no campo, acções, uma jovem ministra com 75 mil euros no banco e algumas fortunas. As declarações de património do primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault, e dos 37 ministros e ministros-adjuntos franceses foram publicadas ao fim do dia no site do Governo, uma iniciativa inédita e uma consequência directa do caso Jérôme Cahuzac, o ministro do Orçamento que se demitiu em Março acusado de fraude fiscal, depois de ter sido descoberto que tinha uma conta secreta na Suíça.

O Presidente François Hollande defende a divulgação das declarações como uma medida de moralização da vida pública. E esta foi apenas a primeira etapa: um projecto de lei que irá a Conselho de Ministros no dia 24 alarga a obrigação aos deputados, outros membros do Governo, responsáveis dos executivos locais e directores da administração central.

A imprensa chamou-lhe “operação transparência” e as sondagens dizem que os franceses concordam com a publicação do património dos seus ministros — e que acreditavam ir reagir com indiferença aos valores. Mas na oposição, e não só, muitos criticam o que descrevem como strip-tease político ou simples voyeurismo.

Um dos membros mais ricos do Governo, a ministra para a Terceira Idade e da Autonomia, Michèle Delaunay, com 5,4 milhões de euros (em conjunto com o marido), já tinha anunciado o valor da sua fortuna, admitindo que “dificilmente será compreensível para a maioria dos franceses, que passa dificuldades”. “A oposição não deixará de se deleitar com a minha imagem de socialista rica”, afirmou.

O dinheiro é um tabu. “Em França, não sabemos exactamente quanto ganha a família, os amigos ou vizinhos e será muito mal visto se lhes perguntarmos”, disse à AFP a socióloga Janine Mossuz-Lavau, autora de um inquérito sobre a relação dos franceses com o dinheiro.

Escala de Richter

Para Jean-François Copé, líder da UMP (União para um Movimento Popular), maior partido da direita, importante é saber “se os políticos enriqueceram ou não graças à política, o resto é voyeurismo”. “Pobre França! Com a aceleração dos défices, do desemprego, da necessidade de fazer reformas importantes, qual é o debate do dia? Como vamos fazer uma escala de Richter dos ministros mais ou menos ricos”, ironizou.

O ex-ministro da Agricultura Dominique Busserau descreveu a operação como “o grande strip-tease do [cabaret] Crazy Horse governamental”. E o socialista Claude Bartolone, presidente da Assembleia Nacional, defendeu que “declarar, controlar, sancionar, isso é transparência”, mas “tornar público é voyeurismo”.

Não parece haver grandes surpresas nas declarações. Já se sabia que Delaunay, assim como o ministro dos Negócios Estrangeiros, Laurent Fabius (o mais rico, com 6 milhões de euros), ou a ministra da Saúde, Marisol Touraine, pagam o Imposto Sobre a Fortuna, que só se aplica aos contribuintes com um património líquido superior a 1,3 milhões de euros.

Agora sabe-se o que cada um tem: dos três carros (Renault Clio, Renault Twingo e Suzuki ******) de Kader Arif, ministro dos Antigos combatentes, aos terrenos agrícolas da ministra da Justiça, Christiane Taubira, passando pelas 82 acções do Crédito Agrícola (498.88 euros) da ministra do Comércio Externo, Nicole Bricq. A jovem Najat Vallaud-Belkacem, ministra dos Direitos das Mulheres, tem 50 mil euros na sua conta corrente, 25 mil em contas-poupança e uma scooter avaliada em 500 euros.





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