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Musharraf foge do tribunal que o mandou prender

kokas

GF Ouro
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Set 27, 2006
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O antigo Presidente paquistanês Pervez Musharraf, que regressou recentemente do exílio para concorrer às eleições gerais de 11 de maio, anunciou que vai recorrer junto do Supremo Tribunal da ordem de detenção emitida hoje por um tribunal do país. Musharraf deu a conhecer a sua posição depois de fugir do tribunal que o mandou prender, rodeado de guarda-costas, sob o olhar passivo dos polícias que estavam na rua.

Em seguida, foi para a sua luxuosa mansão em Islamabad. Agora, o Governo paquistanês tem duas opções: mandar executar a ordem de prisão ou declarar que a vivenda do ex-general, com piscina e pista de 'jogging', também pode ser um estabelecimento prisional.

O porta-voz do partido, A Liga de Todos os Muçulmanos do Paquistão (APML), fundado em 2010, durante o exílio do ex-presidente, disse à AFP que se a ordem judicial não for retirada, Musharraf pretende cumprir a pena de prisão na sua propriedade em Islamabad.

"Musharraf está calmo e confiante. Nós vamos hoje recorrer ao Supremo Tribunal Federal. Se o tribunal indeferir o recurso, vamos respeitar a lei", afirmou o porta-voz do partido APML, Muhammad Amjad. "Acho que se a prisão for mesmo necessária, as autoridades vão declarar a fazenda de Musharraf um tipo de cadeia", acrescentou.

Pervez Musharraf, que esteve no poder entre 1999 e 2008, está a ser julgado pelas mortes de Akbar Bugti, um dos chefes dos rebeldes na província de Baloutchistan (sudoeste do Paquistão), em 2006, da antiga primeira-ministra Benazir Bhutto, em 2007, e pela detenção ilegal de juízes no mesmo ano.

Musharraf compareceu ao princípio da manhã num tribunal que iria decidir sobre o prolongamento da sua liberdade sob caução, mas o juiz não só recusou esse prolongamento como ordenou a detenção do antigo Presidente.


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kokas

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O antigo Presidente paquistanês Pervez Musharraf fugiu nesta quinta-feira de um tribunal de Islamabad que acabava de decretar a sua prisão. A cena caricata, impensável há uns anos, ilustra a perda de influência do general, que regressou ao país para relançar a sua carreira política mas que se vê agora a braços com processos judiciais.

Musharraf apresentou-se pela manhã no tribunal superior de Islamabad, onde está acusado de ter violado a Constituição quando, em 2007, ordenou a detenção de vários magistrados após decretar o estado de emergência no país. Mas a audiência, que se previa uma mera formalidade, transformou-se numa novela judicial quando o juiz recusou prolongar a liberdade condicional de Musharraf. “Para nossa grande surpresa, ordenou a sua prisão”, contou à AFP um porta-voz do seu partido.

Mas o general não se deixou impressionar pela ordem do juiz e, rodeado por mais de uma dezena de seguranças, saiu do tribunal sem que ninguém lhe barrasse o caminho. Sempre sob protecção dos guarda-costas, entrou num jipe blindado e partiu em direcção a casa, uma moradia luxuosa e bem guardada numa zona de acesso reservado nos arredores da capital. Alguns advogados e magistrados que estavam no local ainda protestaram, mas a polícia não fez qualquer tentativa para prender o general.

Pouco depois, o secretário-geral da Liga Muçulmana Todo o Paquistão, o partido criado por Musharraf após o seu regresso ao país, anunciou que o ex-Presidente vai contestar a ordem de prisão junto do Supremo Tribunal.

No entanto, a maioria dos observadores considera improvável que o poderoso Exército paquistanês permita a detenção do seu antigo chefe do Estado-Maior, ainda que desde a demissão de Musharraf, em 2008, os militares se têm abstido de intervir na vida política. Em contrapartida, o poder judicial, decisivo para o afastamento de Musharraf, tem vindo a mostra-se cada vez mais activo e não parece disposto a deixar cair os vários processos contra o general, incluindo aquele em que é acusado de não ter garantido a devida protecção à antiga primeira-ministra, Benazir Bhutto, morta num atentado pouco depois de ter regressado ao país, em 2007.

O caso promete, por isso, tornar-se uma dor de cabeça para o Governo, a semanas de uma eleição que se espera histórica, por ser a primeira em que poderá haver transferência de poderes entre dois executivos civis no Paquistão, um país mais habituado a golpes militares desde a sua fundação. Uma saída possível para Musharraf, já admitida pelos seus advogados, será decretar a sua prisão domiciliária, ainda que o ex-Presidente se tenha declarado pronto a ir para a prisão caso venha a ser condenado em algum dos processos.

Surpreendendo todos, Musharraf regressou em Março ao país, após quatro anos de um auto-imposto exílio dourado em Londres e no Dubai, para se candidatar a um lugar no Parlamento, apesar das ameaças dos taliban e dos processos judiciais que o esperavam no país. Uma reentrada em cena que parece ter tido pouco impacto político: o partido de Nawaz Sharif, o primeiro-ministro que Musharraf derrubou em 1999, é apontado como claro favorito à vitória e, já nesta semana, a comissão eleitoral bloqueou a candidatura do general às eleições, usando como justificação aos vários processos judiciais em curso.




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