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GF Platina
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"Vamos a Marte. Com uma astronauta, dois gatos e um missionário".
Assim reza o recorte de jornal que dá conta do louco programa espacial zambiano, nos anos 60.
O sonho impossível de Edward Makuka Nkoloso, um professor de ciências zambiano, era chegar à Lua antes da Rússia e Estados Unidos. E depois a Marte. Quase 50 anos depois, uma fotógrafa espanhola resgatou a memória do programa espacial amador, num livro de fotografia, "The Afronauts", que documenta uma missão que nunca aconteceu.
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Restam também notícias da revista Time da época e uma reportagem da Sky, em que o jornalista mostra os treinos dos candidatos a astronautas.
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Em 1962 Edward Makuka Nkoloso um professor de ciências e candidato à Câmara de Lusaka, fundou
a "Zambia National Academy of Science, Space Research and Philosophy". A primeira agência espacial
não oficial da Zâmbia.
Edward Makuka Nkoloso durante uma entrevista em Setembro de 2010 para o
jornal islandês "DV.is".
O programa consistia em enviar a Marte 12 astronautas e 10 gatos. Nkoloso esperava bater os Estados Unidos e a União Soviética e os seus respectivos programas espaciais no auge da corrida espacial e para isso Nkoloso construiu um centro de treino a sete milhas de Lusaka.
Um dos exercícios que os formandos executavam, vestidos com um uniforme monótono e com capacetes do exército britânico, consistia em revezarem-se para entrar num bidão que era lançado por uma encosta de terreno acidentado, o que de acordo com Nkoloso, iria treinar os homens na sensação de leveza nas viagens espaciais e reentrada. O missionário a bordo foi especificamente instruído a não forçar o cristianismo junto do habitante nativo marciano, se ele assim não quiser. Enquanto isso, outros artesãos construíam artesanalmente a nave que os deveria levar ao planeta vermelho com um sistema derivado da catapulta.
Nkoloso pediu 7 milhões de libras à UNESCO para financiar o seu
projecto, o dinheiro nunca chegou levando a missão a ter que ser abortada.
O programa espacial de Nkoloso nunca descolou do solo, particularmente por causa da falta de doações da UNESCO mas também porque a astronauta Matha Mwambwa de 17 anos, que fazia parte da equipa que iria a Marte, engravidou e foi levada pelos seus pais. Para a maior parte dos zambianos estas pessoas são apenas loucas. Mas Nkoloso chegou mesmo a pedir financiamento à UNESCO, que recusou. Um sonho excêntrico e impossível!
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