• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Capriles assume ruptura total e impugna resultados eleitorais

kokas

GF Ouro
Entrou
Set 27, 2006
Mensagens
40,723
Gostos Recebidos
3
1.jpg

Líder da oposição nunca reconheceu a vitória de Nicolás Maduro nas presidenciais de 14 de Abril. Presidente desvaloriza a iniciativa.

O governador do estado de Miranda e candidato derrotado nas presidenciais da Venezuela, Henrique Capriles, assumiu na quinta-feira a ruptura total com o Presidente Nicolás Maduro e a bancada chavista na Assembleia Nacional, e avançou com um processo de impugnação dos resultados eleitorais junto do Tribunal Supremo de Justiça.

Tal como aconteceu com o seu pedido de recontagem dos votos, que a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) declinou, Henrique Capriles não espera que a sua iniciativa altere o estado das coisas na Venezuela - o candidato "oficialista" Nicolás Maduro, o delfim do falecido Presidente Hugo Chávez, foi declarado o vencedor da votação de 14 de Abril e tomou posse com pompa e circunstância antes de avançar o processo de "auditoria cidadã" aos 46% dos boletins de voto que não foram automaticamente certificados no dia da eleição.

"Apresentamos a impugnação, ainda que saibamos qual é a realidade", explicou Capriles, que se apresentou aos venezuelanos como a alternativa ao homem do chavismo em nome da coligação Mesa da Unidade Democrática. "Vamos esgotar todos os canais nacionais, porque não temos dúvidas de que isto ainda vai terminar nas instâncias internacionais", acrescentou, durante uma marcha pelo trabalho do dia 1 de Maio.

O recurso ao Supremo tornara-se inevitável perante a acumulação de "episódios" de alta tensão política, que, depois da campanha eleitoral, degeneraram para confrontos e violência entre as hostes "oficialistas" e a oposição - e que culminaram com uma inédita cena de pugilato na Assembleia Nacional, que deixou onze deputados feridos (sete da oposição e quatro do Partido Socialista Unido da Venezuela, do Presidente Maduro), na noite de terça-feira.

"Como muitos me têm perguntado, deixem-me informar-vos do meu estado físico", escreveu a deputada independente María Corina Machado, que se senta na bancada da oposição. "Tenho quatro fracturas ósseas no nariz com deslocamento do septo nasal que requer uma operação imediata. Também tenho uma lesão na coluna vertebral, por ter batido com a cabeça contra o chão", descreveu.

O Presidente Nicolás Maduro referiu-se às agressões sofridas pelo deputado e líder do partido Primeiro Justicia, Julio Borges, lamentando a violência na Assembleia Nacional. Mas, na mesma frase, acusou o seu adversário político de se "fazer de palhaço" e "armar um show" para as câmaras televisivas. "Queremos paz neste país, acabem com a violência", disse, dizendo ter na sua posse provas de que os membros da oposição usaram "gás paralisante" contra os deputados da maioria.

Naturalmente, as duas bancadas opositoras ofereceram versões contrárias sobre os acontecimentos, responsabilizando o outro lado por actos que todos descreveram como lamentáveis. A Mesa da Unidade Democrática deplorou, em comunicado, o que descreveu como um "golpe de Estado virtual" contra o parlamento, acusando o chavismo de usar a violência para "consolidar o desvio do resultado eleitoral".

A oposição, que não reconhece os resultados oficiais das presidenciais, excluiu-se de participar na auditoria cidadã aos 46% dos boletins de voto - a solução de compromisso encontrada pela CNE para atender às reclamações de transparência de Henrique Capriles. O processo arrancou na segunda-feira, mas, segundo os consultores da Mesa da Unidade Democrática, ao excluir a comparação dos votos com a informação dos cadernos eleitorais, não permitirá investigar as alegadas fraudes e irregularidades denunciadas pela oposição. Os dois candidatos ficaram separados por uma curta diferença de 1,5% de votos.

"Aceite a derrota", aconselhou Nicolás Maduro na sua declaração de 1.º de Maio, transmitida pelos canais estatais de rádio e televisão. "Deixe de espernear e de se lamentar, você não passa de um burguesinho chorão e fascista", acusou, vociferando contra "o pequeno grupo que tomou conta da oposição venezuelana para impor um projecto fascista, os radicais de extrema-direita, os velhos burgueses, antigos donos das plantações", enumerou, perante uma multidão.




P
 
Topo