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GF Ouro
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A Guardia Civil espanhola identificou 28 pessoas que terão sido compradas em Marrocos e introduzidas em Espanha com documentação falsa, com o objectivo de as vender a casais inférteis. Para já, não houve detenções, mas 31 pessoas foram indiciadas como participantes neste esquema.
Os crimes terão ocorrido entre 1977 e 1985 e tinham a cidade de Melilla como ponto de entrada em território espanhol. Os bebés eram transportados de Marrocos ou retirados às mães imediatamente após o parto na cidade espanhola. A troco de valores que a Guardia Civil estima terem ido dos 1200 aos 6000 euros, os falsos pais traziam as crianças para a Península Ibérica com documentação forjada, adiantou a agência EFE.
Até ao início da madrugada desta quinta-feira, a Guardia Civil tinha conseguido localizar 14 das 28 pessoas traficadas e tinha indiciado um total de 19 envolvidos nos crimes. Segundo o El País, foram identificados 31 membros da organização, mas 12 já morreram e os restantes são de idade avançada ou encontram-se gravemente doentes.
De acordo com o El Periódico, as cabecilhas da organização seriam três irmãs de Tetuan, em Marrocos, que se dedicavam a contactar com casais impossibilitados de ter filhos e a procurar mães que desejassem não ficar com as crianças – geralmente, diz o El País, prostitutas ou empregadas de limpeza, que, iludidas com promessas de uma vida melhor, recebiam cerca de 20 euros na maioria das vezes.
Das três irmãs, uma morreu, a outra foi localizada e a terceira está a monte, tendo mudado de nome. Entre os restantes acusados estão médicos e parteiras. Duas freiras também foram identificadas pela Guardia Civil, não tendo no entanto sido indiciadas criminalmente. Segundo o El Periódico, foram identificadas pessoas da organização em Valência, Málaga, Granada, Las Palmas e Palma de Maiorca.
Esta operação da Guardia Civil começou em Novembro de 2011, quando a Associação Nacional de Afectados por Adopções Irregulares denunciou a existência de dois destes casos em Valência. Maria José, hoje com 33 anos, foi um dos bebés traficados, os seus "pais" pagaram 200 mil pesetas por ela, diz o El País, e receberam-na, acabada de nascer, num bar.
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