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BE entrega bilhete de avião na sede do FMI pedindo saída 'imediata' da troika
Os deputados do BE entregaram hoje um bilhete de avião na sede do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Lisboa, pedindo a saída "imediata" da troika do país, após dois anos de execução do memorando sem "nenhuma meta cumprida".
"Viemos por as malas à porta da troika, dois anos passados de memorando da troika e a nossa economia está a encolher, nenhuma das metas prometidas foi cumprida, temos um milhão e meio de pessoas de desempregados, foram retirados à economia portuguesa mais de doze mil milhões de euros, temos o desespero no país e nenhuma solução", afirmou a coordenadora bloquista, Catarina Martins.
A deputada do BE falava aos jornalistas em frente ao prédio onde estão instalados os funcionários do FMI em Lisboa, na Avenida da República, e pouco antes de vários dirigentes e militantes bloquistas entrarem para entregar um bilhete da TAP em grande escala, com destino a Bruxelas e pedindo que a hora de embarque seja "imediata".
Juntamente com esta réplica adaptada de um bilhete da companhia aérea portuguesa, os bloquistas apresentaram-se junto ao prédio onde está instalado o FMI com três malas de viagem.
"Viemos entregar um bilhete só de ida à troika, que é um bilhete de ida também ao Governo, para dizermos que a solução para o nosso país tem de ser um Governo que assuma o compromisso para com o seu povo, esse é o seu principal compromisso, e as políticas que põem a finança à frente do país têm de ter os dias contados", afirmou Catarina Martins.
Questionada sobre o facto de os chefes das equipas do FMI, do Banco Central Europeu (BCE) e da Comissão Europeia (CE), não estarem em Portugal, a coordenadora do BE desvalorizou, afirmando que "as avaliações da troika já se transformaram numa telenovela sem fim à vista e na realidade [eles] estão cá quase todos os dias".
"O FMI e o BCE estão a determinar a política portuguesa todos os dias, a CE, estão cá sim, todos os dias e todos os dias a fazerem opções em nome da finança internacional e não em nome do povo português, é por isso que têm de ir embora", acrescentou.
Já sobre como seria vista pela União Europeia a saída da ?troika' de Portugal, a líder bloquista ripostou que "a austeridade só cria recessão e está a afundar todos os países da Europa".
"O que está à vista é que austeridade criou uma situação insustentável na Europa, temos metade dos jovens na Europa sem emprego, esta é uma situação completamente insustentável e que tem de ter um fim, o fim da troika em Portugal, como o fim das políticas de austeridade na Europa são uma necessidade, são uma evidência, e estará para acontecer", concluiu.
Após falar aos jornalistas, Catarina Martins, acompanhada pelo coordenador bloquista, João Semedo, pelo líder parlamentar, Pedro Filipe Soares, e pelos deputados Helena Pinto, Cecília Honório e Ana Drago, entrou no prédio e entregou o bilhete a um funcionário, que assegurou que o faria chegar aos representantes da troika.
Fonte: Lusa/SOL