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GF Ouro
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As grandes empresas e os "amigos" do Governo é que podem ser os grandes beneficiários do novo pacote de incentivos fiscais ao investimento e da reforma de IRC, defendeu, esta quinta-feira, o bastonário dos Técnicos Oficiais de Contas"Da forma como isto está, e com toda a sinceridade, temo mesmo que a medida não atinja os efeitos pretendidos [de estimulo à economia] e, mais grave, que seja uma maneira de distribuir a alguns amigos [do Governo] alguns milhões de euros", afirmou à Lusa Domingues Azevedo.
O Crédito Fiscal Extraordinário, a principal medida do pacote de investimento anunciado pelo Governo a semana passada, vai permitir às empresas deduzir à coleta de IRC parte das despesas de investimento elegíveis.
"Temo que se esteja a arranjar aqui um negócio financeiro para alguns grupos económicos e que a medida não tenha um efeito direto e concreto na economia", defendeu Domingues Azevedo, ressalvando que a medida "até é boa, ou de boa intenção", mas que "não vale a pena" criar sistemas de apoio a empresas que não têm a quem vender os produtos.
Na opinião do bastonário, o pacote de investimento só pode ser eficaz se acompanhado de outras medidas que fomentem o consumo, como uma baixa do IVA para diminuir os preços ao consumidor ou uma redução das taxas de IRS que aumentem os rendimentos das famílias.
O investimento também é um problema neste momento, segundo o bastonário: "Para investir é preciso ter dinheiro. Se temos um sistema bancário que está a travar o investimento e uma expectativa de não ter mercado para vender, as empresas vão investir para quê", questiona.
jn