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GF Ouro
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A Associated Press deitou a mão a um importante documento da al-Qaeda. É uma carta, encontrada num prédio anteriormente ocupado por terrorista no Mali, e revela muitos «segredos» do funcionamento estrutural da organização terrorista. Mas há mais. A carta é também a história da ascenção de um terrorista mal comportado a líder de um grupo terrorista da concorrência.
Segundo escreve a agência de notícias numa reportagem exclusiva, depois de anos a tentar disciplinar o terrorista, os líderes al-Qaeda do Magrebe islâmico decidiram por um ponto final «nos abusos» e enviaram uma carta final ao seu empregado mais difícil. Nas páginas, os líderes descreveram como o funcionário não atendia os telefonemas, não entregava os relatórios de despesas, ignorava reuniões e recusava quase sempre o cumprimento de ordens. No fundo, a maior acusação era a aparente falta de capacidade que tinha demonstrado em levar a cabo uma operação «espetacular», apesar dos meios que tinha ao seu dispor.
O empregado é o terrorista internacional Moktar Belmoktar que respondeu à missiva da mesma forma que no ocidente executivos ofendidos respondem: demitiu-se e formou o seu prórpio grupo terrorista concorrente. O resultado foi, apenas meses depois, duas operações letais que trouxeram a morte a mais de 100 pessoas. A primeira foi o muito noticiado rapto de ocidentais na Algéria, num campo de gás da BP, (uma das maiores tomadas de reféns da história) e o segundo o bombardeamento simultâneo numa base militar e num mina de urânio francesa, no Níger, na semana passada.
A carta agora encontrada é uma porta aberta para a história da ascenção de um líder terrorista extremamente ambicioso que cortou ligações com o seu comando regional porque queria estar em contacto com a direção central da al-Qaeda. O documento mostra ainda ao ocidente que ataques mortais podem ser levados a cabo por fundamentalistas, mais ou menos isolados, sem a direta intervenção da direção da al-Qaeda.
O ex-responsável do Pentágono pela luta contra terrorismo em África foi um dos peritos que atestou a validade da carta de 10 páginas, datada de 3 de outubro. Rudolph Atallah considera que o documento explica o que aconteceu na Argélia e no Níger, os dois ataques que Belmoktar reivindicou.
«Ele está a mandar uma mensagem direta aos antigos chefes a dizer que merece estar separado deles e ao mesmo tempo a dizer à direção da al-Qaeda que o comando regional é incompetente e que podem falar diretamente com ele», disse numa audição no congresso norte-americano.
Nascido no norte da Argélia, com pouco mais de 40 anos, viajou para o Afeganistão aos 19 anos, segundo adianta a biografia online. Alega que perdeu um olho em combate e que treino nos campos da al-Qaeda.
tvi24