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Desigualdades aumentaram na grande maioria dos países avançados
As desigualdades de rendimentos aumentaram na grande maioria dos países avançados, defendeu hoje a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que denuncia um aumento dos salários dos altos dirigentes e lucros de grandes empresas.
Enquanto a economia mundial recupera lentamente da crise financeira, a maioria dos países emergentes e em desenvolvimento registam um aumento do emprego e uma redução das desigualdades dos rendimentos, contrariamente aos países de elevados rendimentos, indica o relatório anual da OIT sobre o trabalho no mundo.
Ao contrário, as desigualdades de rendimentos aumentaram nas economias avançadas nos dois últimos anos, no contexto de um aumento do desemprego mundial, o qual deverá segundo a OIT passar de 200 milhões actualmente para 208 milhões em 2015.
Segundo o relatório, as desigualdades de receitas aumentaram entre 2010 e 2011 em 14 das 26 economias avançadas estudadas, que incluem a França, a Dinamarca, Espanha e Estados Unidos.
"Os números apresentam uma evolução positiva em numerosas regiões do mundo em desenvolvimento, mas traduzem um quadro inquietante para numerosos países de altos rendimentos, apesar da recuperação económica", declarou o director-geral da OIT, Guy Ryder.
"Em determinados países europeus em particular, a situação começa a pôr à prova o tecido económico e social", adiantou.
Assim, o relatório mostra que as classes médias de numerosas economias avançadas regridem, um fenómeno alimentado nomeadamente pelo desemprego de longa duração, pela deterioração da qualidade do emprego e pelos trabalhadores que abandonam o mercado de trabalho.
Em contrapartida, o relatório refere que a remuneração dos quadros dirigentes subiu, de novo, em flecha em muitos países, depois de uma curta pausa depois da crise mundial.
Enquanto o rácio dos lucros na economia total aumentou 3,4 pontos percentuais entre 2007 e 2012 nos países com rendimentos intermédios do G20 e 2,20 pontos percentuais nos países com altos rendimentos do G20, o rácio do investimento recuou 3,6 pontos percentuais, explica a OIT.
Fonte: Lusa/SOL