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Preço da electricidade mais estável
Os consumidores de electricidade podem vir a ter boas notícias na factura do próximo ano.
O Governo aprovou esta semana um diploma que vai obrigar as empresas produtoras de electricidade a suportar mais custos e essa receita será usada para aliviar os preços finais aos consumidores.Em declarações ao SOL, o secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, salienta que a medida vai contribuir para um «melhor equilíbrio e estabilidade dos preços».
A questão tem a ver com o mercado ibérico de energia. Para reduzir o défice tarifário, o governo espanhol aumentou a carga fiscal aplicada às empresas produtoras de electricidade, desde o início do ano. Elas reflectiram essa subida nos preços grossistas na bolsa de electricidade do Mibel, o mercado ibérico de electricidade, onde também há empresas portuguesas a vender electricidade. Estas beneficiaram da subida de preços sem terem tido um aumento de custos, como as espanholas.
Quem paga a tendência de subida de preços são todos os consumidores finais, incluindo os portugueses. É esta discrepância que o secretário de Estado Artur Trindade quer atenuar. «O que o diploma faz é estabelecer um mecanismo para equilibrar os preços», justifica.
As chamadas tarifas de acesso aplicadas às empresas em Portugal vão ser aumentadas e essa receita extra será utilizada para aliviar o preço final da electricidade aplicado aos consumidores. «Se não fizéssemos nada, os consumidores portugueses estariam a ser prejudicados e as empresas produtoras em Portugal estariam a ter um ganho anormal devido a uma mudança administrativa em Espanha», refere o governante.
O valor em concreto ainda terá de ser definido pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), que ficou incumbida de estudar semestralmente a evolução dos preços no Mibel e as decisões do governo espanhol com implicações nos preços.
A decisão do Governo não implica necessariamente que os preços finais desçam ou sequer que se mantenham, porque há outros factores que determinam a evolução dos preços. Mas Artur Trindade admite que a medida introduzida esta semana que poderá ser benéfica sobretudo para grandes consumidores.
Fonte: SOL