kokas
GF Ouro
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Joselyn Martinez vestiu a pele de um detetive privado e andou a juntar todas as pontas soltas sobre um nome: «Justo Santos», o homem que matou o seu pai quando ela tinha apenas nove anos. Vinte e seis anos depois, ele vai cumprir pena por ter tirado a vida a Jose Martinez.
A ficção está cheia de histórias de justiça que é servida fria, mas a realidade fica muitas vezes aquém. E foi precisamente inspirada por um livro que Joselyn, agora adulta, resolveu fazer o trabalho da polícia, mas por sua conta e risco. Ao escrever numa lista as coisas que a incomodavam na sua vida, o homicídio não resolvido do pai constava do papel e, como a própria disse à CNN: «Estava lá, não podia ignorá-lo».
A morte do pai estava lá. Joselyn não podia esquecer esse episódio marcante da sua
vida, tal como nunca esqueceu o nome do homem que tirou a vida do pai: Justo Santos.
A 22 de novembro de 1986, o pai, Jose Martinez, teve uma altercação com alguns clientes no restaurante de Nova Iorque que explorava com a mulher. A confusão passou do interior para a rua e passou de verbal para física. Um rapaz, na altura com 16 anos, terá puxado de uma arma e atirado ao peito de José Martinez, um tiro fatal.
Justo Santos acabou por fugir para a República Dominicana. Por seu turno, a polícia de Nova Iorque ficou satisfeita com o facto de o rapaz ter sido apanhado naquele país estrangeiro e arquivou o caso. José Martinez perdeu a vida, Joselyn nunca mais leu o jornal alto em espanhol para o pai ouvir e foi crescendo.
Já Justo Santos foi libertado um ano depois sem que a polícia nova-iorquina voltasse a reabrir o caso, nem mesmo depois de Joselyn Martinez, então estudante de Direito, ter voltado à esquadra a reivindicar que os homicídios não prescrevem. Nem assim. A polícia desistiu e Joselyn também abandonou o curso de Direito para se dedicar ao teatro.
O tempo passava, mas novembro regressava todos os anos. Então, Joselyn tornou-se num detetive privado, que passou a pente fino todas as informações que conseguiu descobrir sobre Justo Santos, um dossiê que entregou à polícia em Janeiro.
Este «cold case» conheceu o desfecho na quinta-feira, quando a polícia de nova-iorquina deteve Justo Santos em Miami, também nos Estados Unidos.
A polícia reconhece a falha no arquivamento do caso e entrega todos os louros a Joselyn Martinez, que agora já pode deitar a lista fora e ser feliz.
tvi24