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O Figo

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Figo​

O figo é um falso fruto, pois é um receptáculo que contém centenas de pequenos frutos que vulgarmente chamamos sementes. Utiliza-se como fruta para consumo em fresco, em seco, como puré para confeitarias, em conserva ou confeitados. Os figos são frutos muito frágeis, pelo que a sua conservação em boas condição é difícil. Por isso, a importância comercial dos figos secos e em conserva aumentou. Dado que é uma fruta perecível, o figo maduro não se conserva mais de 3 dias no frigorífico. O primeiro fruto da figueira, produzido em finais da Primavera, recebe o nome de figo lampo. A pele fina e o seu sabor são parecidos com os do figo, mas são menos doces. Para além de ser um fruto consumido em fresco, o figo utiliza-se para fabricar puré, que serve de recheio de diversos produtos de pastelaria, ou mesmo para a obtenção de um tipo de vinho.

Dos produtos derivados do figo, o mais importante é o figo seco obtido mediante a desidratação do fruto fresco. A sua humidade é reduzida de 80% a 15%, ocorrendo a concentração dos compostos nutritivos do figo. Neste caso o seu período de conservação é alto e o fruto apresenta-se amassado, flexível, de cor cinzenta, violeta ou parda, com polpa amarelada e algo viscosa. A par das uvas passas, constitui um dos frutos secos mais populares e antigos.

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O figo, ainda que não seja, em termos botânicos, um fruto, mas um sícone, é como fruta que é conhecido na linguagem corrente.​

A conserva de figos é outra das grandes utilizações dos figos. Elabora-se com figos outonais de tamanho reduzido, muito doces, aos quais se adiciona açúcar e um licor, como rum, conhaque ou xerez.

Os figos confeitados podem apresentar-se em caixas de lata. Para o fabrico de figos em álcool são necessários figos pequenos de cor escura, consistentes e que não estejam totalmente maduros.

Os figos depois de tostados e moído originam um pó que se pode utilizar como sucedâneo do café.

O figo, contrariamente ao que se pensa, não é um fruto. É um receptáculo carnoso, denominado ‘sícone’, em forma de pêra, que suporta as flores masculinas e femininas que darão origem aos pequenos frutos, denominados ‘aquénios’, aos quais vulgarmente chamamos sementes. É portanto uma infrutescência. A parte carnosa e doce do figo ou sícone corresponde às flores que após a fecundação incham e ficam carnosas. O figo é um fruto mole e de pele fina, cuja cor varia de verde a roxo, enquanto que a polpa pode ser encarnada ou branca. Dependendo da espécie, a sua forma é redonda ou achatada, mas geralmente os figos são mais largos do que altos.

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Cacto mexicano Opuntia Ficus-indica, que dá o conhecido figo-da-índia.​

A figueira, tal como outras fruteiras de zonas áridas, é agronomicamente pouco conhecida. A sua cultura é feita tradicionalmente de sequeiro, embora actualmente esteja a aumentar a superfície de regadio para determinadas variedades com maior rentabilidade económica.

Tipos e Variedades de Figo

Existem diferentes variedades de figo que se podem dividir, pela cor que apresentam, em brancas, coradas e negras. As primeiras apresentam cor branca-amarelada, as coradas têm cor parda-azulada e as negras possuem uma cor que varia de púrpura a negro.

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figos de rei ou abêboras - Estremoz - Alentejo - Portugal​

Existe uma grande quantidade de variedades, que podem ser classificadas utilizando diferentes critérios.

Segundo o seu uso, os figos podem-se dividir em dois grupos: consumo em fresco ou em seco.

Os figos de mesa são os que se destinam ao consumo como fruta fresca. A pele é tenra, contém poucas sementes e a sua maturação é longa. Os figos de secar têm uma pele mais dura e compacta e amadurecem mais rapidamente.

As variedades de figos para consumo em fresco cultivadas em Portugal são a Lampa Branco, Lampa Preto, Bebera Branca, Bebera Preta, Burjassota Branca e Vindimo e as variedades de figo para secar são a Branco do Douro, Rei Branco, Rei Preto, Pingo de Mel e Branco Regional.

Segundo a sua cor, os figos classificam-se em três grupos: brancos, corados e negros.

A s variedades brancas apresentam na maturação uma cor branca, amarelada e até mesmo verde. Os mais saborosos são os amarelo-dourado ou esverdeados. Dentro deste grupo a variedade mais importante é a Kadota, também conhecida pelo nome de ‘Dotato’, é proveniente de Itália, tem a pele amarela-esverdeada e a polpa púrpura. Pode ou não conter sementes, em função do tipo de polinização usada. As variedades sem sementes medem 3 a 5 centímetros e o comprimento dos frutos com sementes varia de 5 a 8 centímetros.

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Fonte da Foto: Valter Jacinto

As variedades coradas diferenciam-se pelos seus figos de cor parda azulada, mais ou menos clara. As variedades negras incluem figos de cor vermelho escuro até aos totalmente negros, destacando-se os de negro-púrpura pela sua qualidade. A este grupo pertencem as variedades Brown Turkey, Celeste e Sari Lob. A variedade Brown Turkey cultiva-se principalmente em Israel, Itália e Califórnia e está disponível de Abril a Janeiro. Os frutos têm forma de pêra, medem 4 a 6 centímetros e têm a pele vermelha escura.

A variedade Celeste provém do México e da Califórnia e está disponível de Novembro a Janeiro. Quando o fruto amadurece, a pele fica púrpura e a polpa mantém uma cor rosada. Sari Lob é a principal variedade cultivada em França e Israel, sendo também importante no Mediterrâneo. O fruto é de cor púrpura-amarelada e tende a abrir quando está maduro. Algumas variedades de figos:

Brown Turkey
Fruto com forma de pêra, de 4-6 cm de comprimento, pele avermelhada escura e polpa cor de púrpura. É uma variedade doce e com sumo, utilizando-se normalmente para enlatar.

Celeste
O figo é púrpuro e a sua polpa rosada é doce.

Kadota
É um figo amarelo-esverdeado com polpa cor de púrpura. Pode ou não possuir sementes. Os frutos sem sementes medem 3-5 cm de comprimento e os com sementes medem 5-8 cm.

Sari Lob
A cor do fruto vária entre o púrpura e o amarelo e tende a abrir-se quando fica maduro. O sabor é doce e com aroma.

Planta – Árvore do figo

Os figos crescem em figueiras, que são árvores robustas que podem alcançar os 10 metros. As suas raízes são muito potentes e o desenvolvimento das suas pequenas flores é o que dará lugar ao que conhecemos como figo.

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Figueira – é o nome que se dá á planta (árvore que dá o figo)​

Os figos pertencem à espécie Ficus carica e crescem em árvores grandes chamadas figueiras. Estas podem ter mais de 10 metros de altura, mas em plantações comerciais podem-se manter as árvores pequenas, com 3 e 4 ramos principais. As folhas são de cor verde claro, com pêlos rígidos e fortes na página inferior. O tronco é grosso e retorcido. Os ramos da árvore não têm flores, já que estas se desenvolvem no interior do fruto e são pequeníssimas.

Todo o receptáculo da flor fica carnoso com a maturação, por isso o figo entra na categoria de falso fruto. O sistema radical é muito potente, permitindo explorar a grande profundidade e à superfície, suportando longos períodos de seca. Já se encontraram figueiras a vegetar sobre fendas de rocha. A figueira adapta-se a uma grande variedade de solos, embora seja mais produtiva quando estes são profundos e férteis. É uma planta de zonas tropicais e zonas temperadas, onde as temperaturas baixas são limitativas. Temperaturas acima dos 40ºC, durante o período de maturação, provocam a maturação antecipada e alteraram a consistência da pele.

Origem do figo e Produção

A figueira é proveniente do Próximo Oriente. Pensa-se que terão sido os fenícios a introduzi-la no Mediterrâneo e os gregos na Palestina e Ásia Menor. Os principais países produtores são da zona do Mediterrâneo, destacando-se dentre eles a Turquia. A figueira teve origem nos países do Próximo Oriente, desde a zona mediterrânea até a ocidente da Ásia. As antigas civilizações do Mediterrâneo oriental usavam o figo muito antes dele chegar à Europa. Provavelmente o seu cultivo iniciou-se na Arábia meridional e a partir daí estendeu-se aos restantes países. O figo era conhecido no Egipto com o nome de ‘teb’, e já se encontraram referências a este fruto nas pirâmides de Giza. Também foram encontrados figos fossilizados em depósitos terciários e quaternários em França e Itália. Possivelmente terão sido os fenícios a difundir a cultura da figueira em Chipre, Sicília, Malta, Córsega, Ilhas Baleares, Península Ibérica e França. Os gregos difundiram o fruto na Palestina e Ásia Menor.

Os principais produtores encontram-se na bacia do Mediterrâneo, destacando-se a Turquia, Argélia, Grécia, Itália e Espanha. A Ásia Menor e os Estados Unidos, principalmente Califórnia, são também importantes produtores. A produção mundial de figos ronda um milhão de toneladas e os países da bacia do Mediterrâneo e Médio Oriente são responsáveis por 90% da produção total de figos. No quadro seguinte pode-se observar a produção obtida em alguns dos principais países produtores:

País Produção (milhares toneladas) %
MÉDIO ORIENTE ------ 446 ----- 44
Turquia------ 278 ----- 27
Irão ----- 84 ----- 8
ÁFRICA--- 301 ----- 30
Egipto---- 115------ -
Argélia ---- 69---- -
EUROPA ---- 145 ----- 14
Espanha----- 60-- 6
Grécia---- 35----- 3
Itália----- 35----- 3
AMÉRICA---- ----- -
Estados Unidos --- 42 ----- 4

Fonte: Melgarejo, P. Tratado de Fruticultura para zonas áridas e semiáridas. Relativamente às importações de figos secos, os principais importadores são países europeus.

País Milhares de dólares(1.999)
Alemanha ------- 18.668
França--------- 14.909
Itália ---------- 12.546
Suíça----------- 6.132
Reino Unido---- 5.363
Espanha -------- 4.021
Holanda------- 3.897
Bélgica-Luxemburgo-- 2.426
Portugal------- 2.395
Áustria -------- 1.989​

Dos países europeus, a Espanha é o principal produtor e exportador, com cerca de 60.000 toneladas de figos produzidos. As principais regiões produtoras são as Baleares, a Extremadura e a Andaluzia. A produção portuguesa não atinge as quatro toneladas, sendo o Algarve responsável por 50% da produção, seguido do Ribatejo e Oeste (30%), do Alentejo (14%) e de Trás-os-Montes (5%).

Mês de Colheita

Os figos colhem-se no final do Verão e comercializam-se como fruta fresca ou processada. Um dos mercados mais exigentes da Europa, o do Reino Unido, importa figos de países de todo o mundo, como Espanha, Itália, Egipto, Turquia, Estados Unidos, etc.

Embora os figos se colham geralmente no fim do Verão, os seus derivados, como compotas, figos secos, etc., permitem a sua comercialização durante todo o ano. O quadro seguinte mostra a disponibilidade deste fruto nos mercados do Reino Unido e indica quais os países donde provêm as importações:

Origem Meses de disponibilidade no Reino Unido

Turquia--------- Meados Junho-Outubro
Espanha--------- Julho -Setembro
Estados Unidos------- Setembro-Novembro
Israel ------------ Maio-Junho
Egipto----------- Julho-Setembro
França-------- Julho-Setembro
Chile ----------- Fevereiro-Março
Brasil----------- Maio-Julho
Colômbia ------ Esporádica
Grécia --------- Julho-Setembro
México ---------- Esporádica
Marrocos ------ Esporádica
Portugal-------- Maio-Setembro
África do Sul --- Dezembro-Fevereiro​

Fonte: Fresh Produz Deskbook (2001)

Embalagem

Os figos e os figos lampos são frutos muito delicados, pelo que se deve minimizar a sua manipulação tanto na colheita como na comercialização, para que cheguem ao consumidor nas melhores condições. Por isso, em muitos casos os frutos são embalados no campo, depositando-os directamente sobre caixas com alvéolos de plástico. Desta forma, no armazém apenas são pesados e colocados em paletes, antes da sua expedição.

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Os figos podem-se colocar em caixas de plástico, madeira ou cartão, em uma ou duas camadas, sendo o conteúdo destas embalagens de 4-5kg ou de 10-12kg. Para a separação dos frutos usam-se alvéolos de cartão ou de plástico. Estas caixas dispõem-se nos mercados, para a livre escolha do fruto por parte do consumidor.

Regulamentos

Não existem normas de cumprimento obrigatório, apenas umas de referência chamadas CEPE/ONU. Estas normas dividem os figos em três categorias e especificam que os figos devem estar limpos, isentos de cheiros e sabores estranhos, etc. Para os figos secos, os requisitos de qualidade são praticamente os mesmos.

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Existe a norma FFV-17, CEPE/ONU referente ao comércio e ao controlo da qualidade comercial dos figos frescos. As normas CEPE/ONU são normas de referência, mas não são obrigatórias. Estas normas especificam que os figos devem estar intactos, limpos, frescos em aparência, praticamente livres de danos e cheiros ou sabores estranhos.

Os figos classificam-se em três categorias:

- Classe Extra:
Estes figos devem ser de qualidade superior. A forma, a aparência e a cor devem ser as típicas da variedade a que pertencem. Os frutos devem estar livres de defeitos, com a excepção de ligeiros defeitos na pele, desde que não afectem a aparência geral do produto nem a sua qualidade.

- Classe I:
Devem ser frutos de boa qualidade. São tolerados ligeiros defeitos se bem que não podem afectar a aparência nem a qualidade do produto. Por exemplo, toleram-se ligeiras variações da sua forma e cor, ligeiras gretas longitudinais, etc.

- Classe II:
Pertencem a esta classe os figos não incluídos nas classes superiores mas que satisfazem os requisitos mínimos de qualidade. Podem apresentar defeitos de forma, cor, gretas na pele e certos defeitos mínimos.

Quanto ao tamanho, a diferença existente entre o fruto mais pequeno e o maior é de 5 milímetros, se os frutos estão alinhados em filas, e de 10 milímetros se os figos estão dispostos em pacotes. Os figos de uma embalagem devem ser uniformes, devem ter a mesma origem, variedade e qualidade. Os materiais usados na embalagem não podem causar nenhum dano, tanto externo como interno, ao produto. Em cada embalagem deve aparecer claramente o produtor ou embalador, a natureza do produto, a origem, as características comerciais e opcionalmente a marca de controlo oficial. Para os figos secos, a norma CEPE/ONU é a DDF-14. Os requisitos básicos de qualidade são praticamente os mesmos que para os figos frescos. Existem também 3 categorias: Classe Extra, Classe I e Classe II. Os tamanhos são determinados pelo número de frutos por quilograma e os requisitos de apresentação são quase os mesmos, apesar de existirem alguma variações por se tratar de um produto seco.

Criterios de Qualidade

Dada a sensibilidade do figo à manipulação, não se realiza nenhum tipo de tratamento, como lavagem, polimento, etc. Nalguns países conseguem-se manter os figos em boas condições mediante armazenamento em câmaras frigoríficas a 1ºC e 90% de humidade relativa.

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O figo após a colheita, como são muito sensíveis à manipulação, são submetidos unicamente ao processo de selecção por tamanho (calibração). Não existem muitos estudos sobre a conservação frigorífica, dada a sensibilidade deste produto. Alguns países indicam que os figos podem permanecer até 6 semanas em câmaras, sempre que as condições de armazenamento sejam de 1ºC e 90% de humidade relativa e os frutos se colham semimaduros, com um certo grau de dureza. Experiências realizadas no Japão confirmam o que foi exposto anteriormente. Em Espanha, especialmente na província de Alicante, a técnica de refrigeração a 6-7ºC permite manter os figos em bom estado durante uma semana.

Problemas pós colheita

A principal causa de alteração nos figos é a podridão provocada pelo fungo Botrytis cinerea.

Vários parasitas e doenças podem afectar tanto o figo como a figueira. Os frutos podem ser afectados na árvore pelo insecto conhecido por ‘mosca da figueira’, o qual devora os frutos. Durante a conservação frigorífica, a principal causa de alteração é a podridão provocada pelo fungo Botrytis cinerea. Outros fungos como Alternaria tenuis, Penicilium, Mucor e Rizopus, também produzem importantes estragos. Para evitar esses danos e assim melhorar a conservação dos frutos, realizam-se tratamentos pós-colheita com diferentes fungicidas. Nos centros comerciais é comum encontrar os figos em bandejas de 8-10 unidades ou 1kg, de poliestireno expandido, cobertas com plástico.

Efeitos Saudaveis

Beneficios do figo para a saude

O figo cru e seco é altamente nutritivo e uma rica fonte de fibra dietetica, potassio, proteinas, minerais (ferro, fosforo, magnesio, cobre e zinco) e vitaminas (riboflavina e vitamina B6). A fibra ajuda ao perfeito funcionamento do tubo gastrointestinal, enquanto que os minerais e vitaminas presentes no figo e outras frutas e hortaliças são essenciais para o crescimento e desenvolvimento e para a manutenção de uma boa saúde durante toda a vida.

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Tradições Populares

O figo é conhecido pelo seu carácter curativo desde há muitos séculos. Pelas suas propriedades regula a digestão, ajuda a ultrapassar o esgotamento, estimula a capacidade de concentração, melhora o ânimo e elimina o nervosismo. O seu uso externo está recomendado para as inflamações da boca, chagas e queimaduras. O figo, pelas suas numerosas sementes, foi, para muitas culturas, símbolo de fé e sabedoria, enquanto que a figueira simboliza a fertilidade. O famoso médico grego Hipócrates, em 400 a.C., já recomendava o figo para combater a desnutrição, enquanto que o seu compatriota Galeno aconselhava aos atletas gregos o consumo de figos como alimento básico das suas dieta. Os figos consumidos durante a Idade Média e o Renascimento, eram utilizados em comidas que se consideravam excelentes. Os figos frescos possuem uma elevada percentagem de água, pelo que o seu valor energético não é muito alto. Cem gramas de figos frescos fornecem 65 calorias e o mesmo peso em frutos secos proporciona 280 calorias. Depois da água, o componente maioritário são os hidratos de carbono, fundamentalmente a sacarose, a glicose e a frutose. O figo fornece todos os aminoácidos essenciais e os lípidos aparecem em muito pequena proporção.

O figo é uma das frutas cujos efeitos curativos se encontram entre os mais antigos. De entre as principais propriedades dos figos, destacam-se o seu carácter nutritivo, digerível, tónico, laxante, diurético, peitoral e tópico emoliente. Está indicado o seu uso interno para casos de astenia física e nervosa em crianças, adolescentes, convalescentes, desportistas, mulheres grávidas, irritações gastrointestinais, obstipação, estados febris, transtornos menstruais e inflamações pulmonares e urinárias. O figo é de fácil digestão e laxante, devido ao seu elevado número de sementes e ao seu teor em fibra. Com efeito, a sua acção laxante impede o abuso do seu consumo. Um par de figos diários fazem mais pela manutenção da saúde da flora intestinal que qualquer outro alimento ou produto farmacêutico.

O efeito diurético deve-se ao elevado teor em potássio do figo, que torna-o num alimento alcalinizante. Os figos apresentam o valor de pH mais básico (alcalino) de todos os alimentos. Por isso, são muito adequados para neutralizar alimentos ácidos, como a carne, os produtos de charcutaria, a massa elaborada com farinhas refinadas e os doces. É recomendado em caso de astenia física por causa do seu teor em açúcares, estimulando além disso a capacidade de concentração. Quanto ao seu uso externo, é recomendado utilizar o leite dos figos verdes para eliminar as verrugas, e a dor de dentes desaparece assim que se aplica a polpa prensada de figo sobre a gengiva. A infusão de 25 a 30 gramas de folhas de figueira, por litro de água, reduz a tosse, melhora a circulação e ajuda as menstruações difíceis, se tomada uns dias antes.

Ditados Populares

1. Figos lampos não são para mancos
2. Setembro molhado figo estragado
3. Da noz, o figo é bom amigo
4. Uns comem os figos, a outros rebenta-lhes a boca
5. Em tempo de figos, não há amigos
6. Água ao figo e à pêra vinho
7. Ano de figo torrão é ano de pão
8. Antes pão duro do que figo maduro
9. Antes para nós um baguinho que dois figos para o vizinho
10. Não busques o figo na ameixoeira​

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