kokas
GF Ouro
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"Esta é a situação mais degradante que um ser humano pode viver." Rosa Oliveira vive há 17 anos numa casa arrendada, em Lanhas, Vila Verde. De um dia para o outro, viu-se sem luz nem água e com uma placa de "Vende-se" pendurada no portão. "Sempre paguei a renda direitinho. Não recebi qualquer notificação ou, sequer, informação verbal. Não percebo o que pretende o senhorio, até porque no passado dia sete fui pagar-lhe a renda e não me disse nada", revela na mais profunda mágoa. Na passada quarta-feira, quando regressou do trabalho, Rosa Oliveira deparou-se com a luz cortada. Tentou perceber o que se passava, agendando para o dia seguinte os contactos para deslindar a situação. Na manhã de quinta-feira, quando tomava banho, ficou sem água. No exterior, um funcionário retirava o contador.
Com a consciência tranquila, mas também indignada, argumenta que o senhorio, "se queria que abandonássemos a casa, teria que cumprir as formalidades", até porque adiantou o dinheiro de um mês de depósito. "Esta é a atitude mais desumana que já vi", adianta Rosa Oliveira, que tão cedo não esquece a imagem do marido, prostrado nas escada da casa. "É muito triste ver um homem com mais de 50 anos, com os filhos criados, numa situação destas, a ter de viver numa casa sem água nem luz", acrescenta.
Jorge Pereira, o proprietário, explica que a situação enferma "não de uma ilegalidade, mas de uma inconformidade".
E explica: "A casa está em meu nome há oito anos, e os contadores em nome do meu pai. A família está lá a morar, mas não existem contratos. Foram ficando. Só por falta de pagamento é que a luz e a água podem ser cortados", elucida Jorge Pereira que encontra "motivações políticas" por trás da história.
jn