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O novo Super Homem

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O novo Super Homem

Torna-se cada vez mais claro que, para não morrer, a indústria do cinema está a adaptar-se a uma nova atmosfera. Spielberg disse há pouco tempo que Lincoln (que acabaria por dar o Oscar a Daniel Day-Lewis) esteve quase para não ser exibido em cinema e ir diretactamente para a HBO (o canal por cabo norte-americano responsável pela melhor ficção da última década, desde Sopranos a Segurança Nacional), de tal modo o financiamento foge das histórias sem espectáculo e show off que só um ecrã gigante e, de preferência, com 3D permita. Tudo o resto é sacável, sem prejuízo, da net e os produtores não vão ganhar nada com isso. E se não vão ganhar não estão interessados. Onde estão então as boas histórias? Spielberg disse, George Lucas disse, e toda a gente já sabe: na televisão. Paradoxalmente, onde também estão os big brothers. Nos próximos tempos, é mais provável que uma história muito bem escrita, interpretada e realizada esteja na sua sala que numa sala perto de si. Por isso, ir ao cinema está a transformar-se numa experiência muito diferente. É sobretudo para encher o olho. E o ideal é manter as expectativas baixas, comprar um pacote de pipocas (diz-se que é de onde os distribuidores tiram o lucro) e sujeitar-se a pagar um bilhete inflaccionado pelo 3D, muitas vezes completamente irrelevante.
E é com este estado de espírito que se deve enfrentar Homem de Aço, um nome paradoxal, que Zack Sneyder diz fazer adensar o mistério sobre a descoberta de Clark Kent do seu próprio papel num mundo onde percebe, à medida que cresce, que não se adapta. Ele será o Super-Homem, nome que lhe será cunhado pela jornalista e futura namorada Lois Lane, mas como ele não sabe, o espectador também não deve ser informado. É um truque.
Homem de Aço começa com a explicação das origens de Clark, ou Kal-El, ficamos a saber, nascido em Krypton, um planeta distante da Terra, em implosão eminente. É a parte mais espectacular do filme, verdadeiramente desafiante para a retina, que antecede as passagens terráqueas. O filme acabará numa espiral de exibição de pancadaria, embora sem violência nem suspense, e, a partir de certa altura, entediante, com um super-herói e super-vilões a agredir-se da forma supersónica e realística que as potencialidades técnicas do cinema de hoje permitem.
Pelo meio do filme, as dores de crescimento de uma criança que pode salvar o mundo, mas que tem que manter isso em segredo, a pedido do seu protector pai terrestre (Kevin Costner), que o educa para uma missão maior.
Um filme que se dirige à criança com défice de atenção que está dentro de cada adulto e que gosta sobretudo de ver muitas coisas a mexer ao mesmo tempo e cenas fixes. Mas que deixa saudades da ingenuidade do Super-Homem de Richard Donner, com um Christopher Reeve a merecer um Oscar de Melhor Actor se comparado com o esforçado e bonitinho Henry Cavill.

Fonte: SOL
 
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