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Professores e pais exigem "total transparência" nas notas de Português

luis19910

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Out 15, 2011
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MEC optou por não separar as médias obtidas nos dois exames de Português realizados este ano. A média das duas provas desceu para 8,9 e iguala o pior resultado de sempre nesta disciplina obtido em 2011

A Associação de Professores de Português (APP) já pediu ao Ministério da Educação e Ciência (MEC) que divulgue em separado as médias obtidas pelos alunos nos dois exames do 12.º ano da disciplina que este ano se realizaram na 1.ª fase por efeito da greve de professores, marcada para o dia em que a prova desta disciplina estava agendada. "Depois de toda a polémica que esta solução causou, com tantas pessoas a considerar que os alunos iam ser prejudicados, exigia-se do ministério uma transparência total quanto aos resultados", comentou ao PÚBLICO a presidente da APP, Edviges Ferreira.

O MEC optou ontem por divulgar a média geral obtida pelos alunos nas duas provas, que se ficou por 8,9 (numa escala de 0 a 20), um resultado igual ao obtido em 2011, que foi o pior de todos desde o início dos exames nacionais em 1997. O Gabinete de Avaliação Educacional (Gave) atribuiu então esta derrapagem ao facto de as perguntas de gramática terem deixado de ser de escolha múltipla. Como os resultados das provas deste ano não foram desagregados continuam a faltar explicações para o sucedido.

O PÚBLICO também requereu ao ministério que as médias sejam apresentadas em separado para a prova de 17 de Junho e de 2 de Julho, a data escolhida pelo MEC para a realização do exame de Português pelos alunos que não o puderam fazer no primeiro dia devido à greve dos professores. Os alunos de quatro escolas em que se registaram protestos no dia 17 também puderam repetir a prova no dia 2. Pais, alunos e professores consideraram então que o facto de o exame não ter sido feito no mesmo dia por todos os alunos punha em causa irremediavelmente a equidade entre estes.

Através do seu gabinete de imprensa, o MEC justificou assim a opção tomada: "Tal como é habitual, nas situações pontuais em que se torna absolutamente necessário disponibilizar uma prova extra de uma determinada disciplina numa mesma fase de exames, os dados estatísticos dessas provas são apresentados de forma agregada, já que são exames de uma mesma disciplina e que pertencem à mesma fase de exames, correspondendo à mesma fase do concurso de acesso ao ensino superior." O primeiro exame foi realizado por 56.878 alunos, no dia 2 de Julho compareceram 13.755. "Foram duas provas diferentes e para se saber se o ministério teve razão quando garantiu que eram equivalentes deve divulgar as médias em separado para se perceber se houve ou não diferenças acentuadas entre ambas. Ao não fazê-lo abre a porta a todas as interrogações", frisa Edviges Ferreira. O presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), Jorge Ascensão, também vai solicitar ao MEC que divulgue as médias em separado. "Têm-nos chegado relatos apontando para grandes diferenças entre as duas provas. Queremos saber se tal se confirma ou não", indicou.

Edviges Ferreira não se mostrou surpreendida com a média alcançada, lembrando que no seu parecer à prova de 17 de Junho a associação já alertara para a existência de "questões dúbias" que poderiam levantar problemas aos alunos. "Estes receios confirmaram-se", acrescentou.

A prova de Português é obrigatória para todos os alunos do 12.º ano. Dos 70.807 que realizaram os exames, 50.127 eram alunos internos, ou seja, frequentaram as aulas até ao fim e só puderam apresentar-se à prova porque tiveram uma classificação interna igual ou superior a 10. Mas no exame a média destes alunos não foi além de 9,8. No conjunto a percentagem de negativas subiu para 55%, ou seja, mais de metade dos alunos chumbaram no exame. Os resultados destas provas apenas contam 30% para a classificação final. Feita esta ponderação, a taxa de reprovações subiu de 8% para 10%.
 
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