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Saúde sem verbas para combater calor

Amoom

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Hospitais sem certificação, nem dinheiro para manutenção do ar condicionado. 'É muito grave', alerta o bastonário dos Médicos.
A esmagadora maioria dos hospitais não tem uma certificação dos sistemas de climatização e controlo da qualidade do ar como a lei exige. Trata-se de uma garantia-extra de que todos os sistemas de climatização interna estão em condições de funcionar.
“Desde 2009, que os hospitais mais antigos deviam ter uma Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior, mas quase todos estão em falta”, denuncia ao SOL o presidente da Associação Portuguesa da Indústria de Refrigeração, lembrando que a lei assegura que as unidades certificadas têm um técnico responsável pelo bom funcionamento e manutenção da climatização e do ar, evitando avarias como a que esta semana deixou três dias sem ar condicionado as urgências do Hospital de S. José, em Lisboa.
“As unidades mais antigas continuam sem técnicos, nem planos que definam os procedimentos em casos de picos de calor”, lamenta Fernando Brito, defendendo que a falta de fiscalização tem permitido que o problema se arraste.Segundo apurou o SOL, alguns hospitais que esta semana registaram problemas nos ares condicionados ou na climatização – como o S. José ou o Amadora-Sintra – não terão essa certificação. Mas alguns mais antigos, como o Hospital Sousa Martins, na Guarda, já cumprem essa exigência. A situação agrava-se com o estrangulamento financeiro das unidades públicas, que cortam nos serviços de manutenção para reduzir gastos. “Em alturas como esta, a manutenção é a primeira área onde há cortes”, alerta Fernando Brito. Há peças que são gastas e não são repostas e aparelhos sem capacidade de resposta para as altas temperaturas.‘Isto põe em causa a saúde dos doentes’Com a subida dos termómetros, no final da semana passada, muitos hospitais transformaram-se em verdadeiras saunas, com as temperaturas nas urgências e enfermarias a ultrapassar os 30º, devido a avarias ou colapso dos equipamentos de climatização. A maioria tem ar condicionado nos blocos operatórios, salas de cuidados intensivos e de cuidados intermédios e em algumas urgências. Nas restantes, há sistemas de climatização, menos eficazes e que conseguem, no máximo, manter as temperaturas no interior 10 graus abaixo da exterior.“A situação é muito grave”, acusa o bastonário dos médicos. José Manuel Silva, sublinhando que em muitos hospitais as temperaturas chegaram ao 30 graus, quando deviam estar nos 22 – como aconselham as normas. “Tudo isto põe em causa a saúde dos doentes”, alerta o responsável, sublinhando que toda esta situação resulta dos cortes financeiros na Saúde. No hospital Amadora-Sintra, por exemplo, nas enfermarias do último piso, que não têm ar condicionado, foi preciso estar constantemente a hidratar os doentes, colocando-lhes panos de água fria. No domingo – quando os termómetros atingiram os 42 graus na grande Lisboa –, a situação “foi dramática”, admite fonte hospitalar. “Nesse dia, detectou-se numa enfermeira que todos os 14 doentes tinham 38,7º de febre, o que se devia à temperatura ambiente”, adianta a mesma fonte, lembrando que o conselho de administração aprovou ontem um novo sistema de ar condicionado para a enfermaria de pediatria, consultas externas e outras quatro alas.No S. José, só ao fim de três dias foi possível substituir a peça que deixou paralisado o ar condicionado nas urgências tornando insuportável as condições dos doentes e funcionários, obrigando a transferência do serviço e dos doentes em observação para outra zonas do hospital.“Nas urgências, os gabinetes chegam aos 40º”, lamenta a clínica Pilar Vicente. “Quem está doente ainda fica prior”, acrescenta, dizendo que médicos e enfermeiros também são grandes vítimas. “Não é a primeira nem a segunda vez que cirurgias são interrompidas por causa do calor”, conclui.​
 
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