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Oito mitos e verdades sobre as alterações climáticas

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Oito mitos e verdades sobre as alterações climáticas

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As alterações climáticas existem ou é um mito construído pela comunidade cientista? O jornal i publica hoje um FAQ (frequently asked questions – “perguntas frequentemente feitas”, em português literal) sobre o assunto e desmistifica – ou reforça – algumas das questões que estão em cima da mesa neste debate.

Muitas delas são, como poderá perceber, várias vezes aqui abordadas, na forma de notícias e novos estudos publicados periodicamente.

Estas oito questões foram formuladas por 50 leitores do jornal i e respondidas por especialistas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Um excelente serviço público do jornal português.

Leia o artigo original do i.

1. O clima já mudou antes


Verdade. E continuará a mudar de forma natural, já que o clima terrestre é influenciado por variações da órbita terrestre, variações da posição do eixo da Terra, flutuações da actividade solar e da actividade vulcânica (arrefecimento). No entanto, as actividades humanas – por exemplo as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) e a desflorestação – são responsáveis por alterar o balanço radiactivo do sistema terrestre e dessa forma têm uma influência sobre o clima.

2. Não há consenso sobre impacto do homem nas mudanças climáticas


Errado. Há consenso científico e todos os estudos feitos sobre o assunto nas últimas décadas apontam para valores bem acima dos 90% de concordância entre os especialistas nas diferentes áreas do ambiente e alterações climáticas. Cerca de 97 em cada 100 especialistas apontam as actividades humanas como causas das alterações climáticas. Além do consenso entre cientistas, existe ainda um consenso nos dados encontrados sobre essa influência.

3. Temperatura e CO2 sobem ao mesmo ritmo

Errado. Dióxido sobe depois Este ponto é normalmente ilustrado pela seguinte ideia: durante a saída das últimas eras glaciares o aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) não antecedeu a subida da temperatura mas aparentemente seguiu-se a esta com um intervalo entre 200 e 1000 anos (dados encontrados por cientistas que estudam o clima e as alterações climáticas). Logo, um aumento do CO2 não poderia ter provocado a subida das temperaturas.

De facto, quando a Terra sai de uma era glaciar, o aquecimento é iniciado pelas alterações na órbita terrestre e não pelo aumento inicial do CO2. Este aquecimento amplifica a libertação natural de CO2 pelos oceanos, que, por sua vez, amplifica o aquecimento da atmosfera promovendo a mistura deste gás na atmosfera e a expansão desse aquecimento por todo o planeta. A estes fenómenos dá–se o nome de retroacção positiva. Os mesmos estudos indicam que cerca de 90% do aquecimento global ocorre após o aumento dos níveis de CO2. Aliás, esta é uma das razões porque se sabe que alterar a composição da atmosfera através da libertação de GEE (naturalmente ou pelos seres humanos) irá provocar um aumento das temperaturas médias globais.

4. Há relação entre catástrofes naturais e aquecimento global

Certo. As indicações científicas de que a intensidade dos eventos extremos está a aumentar devido às alterações climáticas são cada vez mais fortes. O que não significa que todos os eventos extremos sejam causados ou directamente relacionados com estas alterações. Um evento extremo é um acontecimento raro num determinado local ou período do ano.

As definições de raro podem variar, mas são normalmente associadas a percentis estatísticos (por exemplo, raro se abaixo do percentil 10 ou acima do percentil 90). Apesar de toda a incerteza e de muitas vezes existir alguma confusão entre o que é a ocorrência destes fenómenos e os danos que causam (o mesmo evento extremo pode causar danos diferentes consoante a área que atinge), os estudos científicos sobre o assunto apontam para um aumento da intensidade destes eventos e, em alguns casos, também para um aumento da sua ocorrência.

5. O CO2 é alimento para plantas

Verdade. Mas irrelevante para a discussão. A resposta das plantas ao excesso de CO2 é sensível a uma variedade de factores (idade, genética, fenótipos, altura do anos, nutrientes, entre outros). Aliás, está demonstrado que um aumento da concentração de CO2 promove na maior parte das situações um maior crescimento das plantas até um determinado limite a partir do qual se torna negativo. O aumento global de CO2 é muitas vezes designado uma “gigantesca experiência biológica” que os seres humanos estão a conduzir na Terra.

6. O sol está a ficar mais quente

Errado, pelo menos desde 1978. O Sol tem registado uma tendência de arrefecimento desde 1978. Ainda assim, existem algumas incertezas neste ponto, dado que as medições mais exaustivas começam precisamente no final dessa década e ainda permanecem dúvidas quanto à melhor metodologia de análise.

Os cientistas estão para já de acordo que a actividade solar parece estar regulada por períodos de 11 anos, os chamados ciclos solares. De acordo com as últimas previsões da NASA, actualizadas no início de Julho, o pico do actual ciclo solar (número 24) deverá ser atingido durante este Verão. Contudo, cenários como grandes descargas de radiação poderem interferir com comunicações por satélite ou outro equipamento espacial tem sido descartado. Estima-se que este pico seja o menos intenso desde 1906.

7. O aquecimento provoca aumento do CO2

Verdade. Não esquecer que o aumento do CO2 provoca aquecimento, que por sua vez provoca aumento de CO2, que por seu turno aumenta o aquecimento.

8. Ursos-polares estão a aumentar

Talvez, é difícil saber ao certo. Os ursos-polares encontram-se entre as espécies mais ameaçadas pelas alterações climáticas, uma vez que o seu habitat será dos mais afectados pelo aquecimento global (os pólos aquecem mais rapidamente que o resto da Terra e o gelo polar pode apresentar uma elevada sensibilidade a estas alterações). Assim sendo, e a confirmar-se , seriam óptimas notícias para esta espécie e para a Terra em geral.


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