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Portugal é local de passagem de terroristas mas não um alvo

zuma

GF Prata
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Set 26, 2006
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Portugal tem sido local de passagem de terroristas, mas não um objetivo, embora a nova configuração do terrorismo internacional, cada vez mais descentralizado, apresente novos riscos para o país, defendeu o especialista José Manuel Anes

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“Tem havido notícias (da passagem de pessoas com ligações ao terrorismo), os serviços de informações têm isso referenciado (…) Mas não tem sido Portugal o objetivo, antes um lugar de passagem, de repouso ou de recrutamento e de algum tipo de angariação de fundos”, disse à Lusa o especialista em segurança e terrorismo e ex-presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT).

Além do depósito de armas da ETA descoberto em 2010 e dos membros do IRA-Verdadeiro detidos em 2011, passaram por Portugal nos últimos anos radicais islâmicos como Sofiane Laib, um argelino condenado em 2004 por falsificação de documentos e expulso em 2006, ou o também argelino Samir Boussaha, suspeito de ligações à Al-Qaida, detido em Portugal e expulso para Itália em 2007.

O risco de presenças desse tipo, segundo José Manuel Anes, tem sido minimizado graças à “cooperação e permuta de informações” com outros países, especialmente Espanha, mas também França, Reino Unido ou Marrocos, cooperação que “tem funcionado bem”.

A cooperação é igualmente “fundamental” na proximidade geográfica de grupos ligados à Al-Qaida ativos no Norte de África e Médio Oriente, embora Anes considere que o recente alerta dos Estados Unidos, que encerraram duas dezenas de embaixadas devido a uma ameaça terrorista, “não é razão para aumentar a preocupação relativamente a Portugal”, pelo menos “por enquanto”.

A atual ameaça, detetada segundo fontes norte-americanas em comunicações entre o líder da Al-Qaida, Ayman al-Zawahiri, e o líder da Al-Qaida na Península Arábica, Nasser Al-Whaychi, deve ser vista, considerou, na perspetiva do fim do mês sagrado para os muçulmanos, que agora termina.

“É evidente que no fim do Ramadão há sempre, ao longo dos anos, algum atentado espetacular por parte da Al-Qaida. Mas a Al-Qaida já não é aquela Al-Qaida de setembro de 2001, do atentado às Torres Gémeas”, afirmou.

“A Al-Qaida descentralizou-se, por pressão e por repressão dos países ocidentais, e por um lado perdeu aquela capacidade que tinha, com uma estrutura piramidal extremamente potente, de fazer ações como aquela. Mas por outro lado, ao descentralizar-se, está espalhada por várias regiões do globo e tem uma capacidade operacional mais perto dos seus objetivos”, explicou.

Outro grande risco, referiu, são atuações individuais, a chamada “jihad espontânea e sem líder”, que “tem uma capacidade operacional fraca, mas pode surgir em qualquer sítio”.

No caso de Portugal, o risco deste tipo de ação é mais reduzido que noutros países europeus, uma vez que a comunidade muçulmana está “bem integrada” e é “muitíssimo bem dirigida do ponto de vista religioso pelo xeque Munir, que é um líder moderado”, considerou.

José Manuel Anes frisou que grandes especialistas mundiais em terrorismo debateram acesamente qual destes dois tipos de terrorismo, a Al-Qaida descentralizada ou a “’jihad espontânea e sem líder”, representa um perigo maior.

“Eu acho que são os dois. Com duas naturezas diferentes mas são os dois”, concluiu.

Fonte: NM
 
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