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Perda da memória por idade pode ser reversível, mostra Nobel

p.rodrigues

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A deficiência de uma proteína no hipocampo cerebral é a principal causa para a falta de memória no envelhecimento, mas esse processo associado à idade pode ser reversível, ao contrário do que acontece com o Alzheimer, aponta uma pesquisa divulgada na revista da Associação Americana de Ciência, a Science Translational Medicine.

O novo estudo foi liderado por um dos maiores especialistas em memória do mundo, o austríaco Eric Kandel, que trabalha na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. O neurocientista foi premiado em 2000, junto com Arvid Carlsson e Paul Greengard, com um Nobel de Fisiologia e Medicina pelas suas pesquisas em lesmas-do-mar que identificaram os genes e as proteínas que tornam possíveis as lembranças de curto e longo prazo nos neurónios.

«A nossa pesquisa fornece sólidas evidências de que a perda de memória associada à idade é uma síndrome com causas e consequências independentes da doença de Alzheimer», afirma Kandel na divulgação da Universidade. «Os resultados terão impacto na saúde pública.»

Para diferenciar os processos de perda de memória desencadeados pelo envelhecimento dos iniciados pela doença de Alzheimer, o grupo avaliou células cerebrais em estado de pós-morte retiradas de oito adultos que tinham entre 33 e 88 anos.

Isso permitiu isolar as regiões do hipocampo, que se ocupa da aprendizagem e da memória no cérebro, prejudicadas por cada um dos dois tipos de perda de memória, destacando o papel da proteína RbAp48. Eles apontaram que o seu declínio no cérebro está associado a uma menor capacidade do órgão em lembrar-se de factos.

Depois de identificar a acção da proteína nas amostras de células cerebrais humanas, os neurocientistas fizeram alterações genéticas da RbAp48 para saber como ela se comportava nos cérebros de roedores jovens em comparação com os dos animais mais velhos.

Nesse estudo adicional, o grupo constatou nos espécimes mais jovens a mesma perda de memória das cobaias mais velhas, causada «naturalmente» pelo envelhecimento. Porém, ao restaurar os níveis da proteína, a memória dos roedores jovens voltava à capacidade normal.

Em uma segunda etapa, os pesquisadores fizeram a transferência genética viral nos cérebros de roedores velhos, aumentando a presença da RbAp48. Eles observaram uma melhoria na capacidade de memória com a proteína, com índices comparáveis aos notados em roedores jovens.

«O facto de termos conseguido reverter a perda de memória associada ao envelhecimento nos roedores é encorajador», diz Kandel.

«Isso mostra que a RbAp48 tem um papel fundamental nesse processo, e que a perda de memória associada à idade se dá numa mudança no funcionamento dos neurónios, diferenciando esse tipo de perda de memória da influenciada pela doença de Alzheimer, que causa perda significativa de neurónios no cérebro.»

O artigo científico ressalta, no entanto, que ainda não é possível afirmar que a técnica se aplicaria a cérebros humanos.

Fonte: DD
 
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